quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Caras pintadas e panelas amassadas.





Os meios patronais brasileiros de comunicação de massa, todos eles, numa ação planejada e monitorada pelo seu principal financiador e mantenedor, no exterior, pauta as suas informações e opiniões no sentido de desviar a atenção de seus leitores, ouvintes e telespectadores - analfabetos funcionais na maioria, segundo o IBGE - das grandes questões do nosso país, para se ater a fofocas e intrigas menores, próprias e naturais de todo sistema capitalista colonial.

Por exemplo, a grande questão da dívida externa, comprovadamente fraudada, indevida, ilegal e inconstitucional na sua contratação, não é pautada. Enquanto isso, a metade de todo nosso dinheiro no Tesouro Nacional é desviado para pagar banqueiros internacionais, parceiros nesse crime de governantes e ex governantes brasileiros, a partir da ditadura militar. 

Só neste ano de 2015, estamos pagando, indevidamente, a banqueiros e aos seus políticos no país, mais de três bilhões de reais por dia - por dia - todos os dias / todos os dias / o que equivale a 22 mensalões diários; 22 mensalões diários!

Igualmente importante quanto à questão de dívida externa, porém ainda mais grave, é a questão das nossas reservas de nióbio, que estão sendo entregues ou contrabandeadas para o exterior.

O nióbio é o mais raro, caro e importante metal do planeta. Ao lado dele, o ouro não passa de latão. O nióbio é o metal mais resistente e imune a grandes e bruscas variações de temperatura, com infinitas aplicações industriais, como em foguetes espaciais, aviões supersônicos, veículos de alta velocidade, equipamentos nucleares, e em qualquer produto que exija alta resistência e o máximo desempenho da liga feita com este metal.

O Canadá se dá ao luxo de não depender da arrecadação tributária, que é baixíssima, para seus investimentos sociais em infra-estrutura, assistência médica, transporte público e educação de ponta, utilizando apenas os recursos decorrentes da exploração do seu nióbio, que corresponde a apenas 2% das reservas mundiais.

Com mais de 97% das reservas mundiais de nióbio, os governos brasileiros assistem à exploração predatória de uma pequena parte, exportada para paraísos fiscais não consumidores, a preços subfaturados e com incentivos fiscais, e de lá vendido aos consumidores à preço de mercado, preço este estabelecido pela Inglaterra, que não possui uma grama de nióbio em seu território.

Todo lucro, 100% do lucro com a exploração “legal” do nióbio brasileiro é remetido ao exterior, porque a Lei de Remessa de Lucros e royalties ao exterior, sancionada em 1963 por João Goulart, que limitava a remessa de lucros e royalties ao exterior a 6% ao ano, foi revogada, na década de 90, por Fernando Henrique Cardoso; revogação esta, que de tão nefasta aos interesses nacionais, foi embutida, como a salsicha do cachorro quente, numa lei tratando de outro assunto.  

Todavia, a maior parte do nióbio brasileiro é contrabandeada para o exterior, sob o olhar cúmplice e complacente dos nossos governantes.

Você já leu, ouviu, ou viu alguma coisa sobre essas questões na imprensa patronal brasileira?

Afinal, por que motivo vamos às ruas passear ou acampar de cara pintada e bolso vazio? E por que razão, enfim, gemem de dor as nossas panelas?

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