segunda-feira, 31 de outubro de 2011

SOBREVIVER CERCADO PELOS 1%




Amigos,


Há 22 anos, que se completam na 3ª-feira, eu estava com um grupo de operários, estudantes e desempregados no centro da cidade onde nasci, Flint, Michigan, para anunciar que o estúdio Warner Bros, de Hollywood, afinal comprara os direitos para distribuir meu primeiro filme, “Roger & Me”. Um jornalista perguntou: “Por quanto você vendeu?”

“Três milhões de dólares” – respondi com orgulho. Houve um grito de admiração, do pessoal dos sindicatos que me cercava. Nunca acontecera, nunca, que alguém da classe trabalhadora de Flint (ou de lugar algum) tivesse recebido tanto dinheiro, a menos que um dos nossos roubasse um banco ou, por sorte, ganhasse e grande prêmio da loteria de Michigan. Naquele dia ensolarado de novembro de 1989, foi como se eu tivesse ganho o grande prêmio da loteria – e o pessoal com quem eu vivia e lutava em Michigan ficou eufórico com o meu sucesso. Foi como se um de nós, afinal, tivesse conseguido, tivesse chegado lá, como se a sorte afinal tivesse sorrido para nós. O dia acabou em festa. Quando você é trabalhador, de família de trabalhadores, todos cuidam de todos, e quando um se dá bem, ou outros vibram de orgulho – não só pelo que conseguiu ter sucesso, mas porque, de algum modo, um de nós venceu, derrotou o sistema brutal contra todos, sem mercê, que comanda um jogo cujas regras são distorcidas contra nós.

Nós conhecíamos as regras, e as regras diziam que nós, ratos da fábricas da cidade, nunca conseguimos fazer cinema, ou aparecemos em entrevistas na televisão ou conseguimos nos fazer ouvir em palanque nacional. Nossa parte deveria ser ficar de bico calado, cabeça baixa, e voltar ao trabalho. E, como que por milagre, um de nós escapara dali, estava sendo ouvido e visto por milhões de pessoas e estava ‘montado na grana’ – santa mãe de deus, se preparem! Um palanque e muito dinheiro… agora, sim, é que os de cima vão ver só!

Naquele momento, eu sobrevivia com o salário-desemprego, $ 98 por semana. Saúde pública. Meu carro morrera em abril: sete meses sem carro. Os amigos me convidavam para jantar e sempre pagavam a conta antes que chegasse à mesa, para me poupar do vexame de não poder dividir a conta.

E então, de repente, lá estava eu montado em três milhões de dólares. O que eu faria do dinheiro? Muitos rapazes de terno e gravata apareceram com muitas sugestões, e logo vi que, quem não tivesse forte senso de responsabilidade social, seria facilmente arrastado pela via do “eu-eu” e muito rapidamente esqueceria a via do “nós-nós”.

Em 1989, então, tomei decisões fáceis:

1. Primeiro de tudo, pagar todos os meus impostos. Disse ao sujeito que fez a declaração de rendimentos, que não declarasse nenhuma dedução além da hipoteca; e que pagasse todos os impostos federais, estaduais e municipais. Com muita honra, paguei quase um milhão de dólares pelo privilégio de ser norte-americano, cidadão desse grande país.

2. Os 2 milhões que sobraram, decidi dividir pelo padrão que, uma vez, o cantor e ativista Harry Chapin ensinou-me, sobre como ele próprio vivia: “Um para mim, um para o companheiro”. Então, peguei metade do dinheiro – e criei uma fundação para distribuir o dinheiro.

3. O milhão que sobrou, foi usado assim: paguei todas as minhas dívidas, algumas que eu devia aos meus melhores amigos e vários parentes; comprei uma geladeira para os meus pais; criei fundos para pagar a universidade das sobrinhas e sobrinhos; ajudei a reconstruir uma igreja de negros destruída num incêndio, lá em Flint; distribuí mil perus no Dia de Ação de Graças; comprei equipamento de filmagem e mandei para o Vietnã (meu movimento pessoal, para reparar parte do mal que fizemos àquele país, que nós destruímos); compro, todos os anos, 10 mil brinquedos, que dou a Toys for Tots no Natal; e comprei para mim uma moto Honda, fabricada nos EUA, e um apartamento hipotecado, em New York City.

4. O que sobrou, depositei numa conta de poupança simples, que paga juros baixos. Tomei a decisão de jamais comprar ações. Nunca entendi o cassino chamado Bolsa de Valores de New York, nem acredito em investir num sistema com o qual não concordo.

5. Sempre entendi que o conceito do dinheiro que gera dinheiro criara uma classe de gente gananciosa, preguiçosa, que nada produz além de miséria e medo para os pobres. Eles inventaram meios de comprar empresas menores, para imediatamente as fechar. Inventaram esquemas para jogar com as poupanças e aposentadorias dos pobres, como se dinheiro dos outros fosse dinheiro deles. Exigiram que as empresas sempre registrassem lucros (o que as empresas só conseguiram porque demitiram milhares de trabalhadores e acabaram com os serviços de saúde pública para os que ainda tinham empregos). Decidi que, se ia afinal ‘ganhar a vida’, teria de ganhá-la com meu trabalho, meu suor, minhas ideias, minha criatividade. Eu produziria produtos tangíveis, algo que pudesse ser partilhado com todos ou de que todos gostassem, como entretenimento, ou do qual pudessem aprender alguma coisa. Meu trabalho, sim, criaria empregos, bons  empregos, com salários decentes e todos os benefícios de assistência médica.

Continuei a fazer filmes, a produzir séries de televisão e a escrever livros. Nunca iniciei um projeto pensando “quanto de dinheiro posso ganhar com isso?”. Nunca deixei que o dinheiro fosse a força que me fizesse fazer qualquer coisa. Fiz, simplesmente, exatamente o que queria fazer. Essa atitude ajuda a manter honesto o meu trabalho – e, acho, ao mesmo tempo, resultou em milhões de pessoas que compram ingresso para assistir aos meus filmes, assistem aos programas que produzo e compram meus livros.

E isso, precisamente, enlouqueceu a Direitona. Como é possível que alguém da esquerda tenha tanta audiência no ‘grande público’?! Não pode ser! Não era para acontecer (Noam Chomsky, infelizmente, não aparece na lista dos 10 programas mais vistos da televisão; e Howard Zinn, espantosamente, só chegou à lista dos mais vendidos do New York Times, depois de morto). Assim opera a mídia-máquina. Está regulada para que ninguém jamais ouça falar dos que, se pudessem, mudariam todo o sistema, para coisa muito melhor. Só liberais babacas, que vivem de exigir cautela e concessões e reformas lentas, aparecem com os nomes impressos nas páginas de editoriais dos jornais ou nos programas da televisão aos domingos.

Eu, de algum modo, encontrei uma brecha na muralha e meti-me por ali. Sinto-me abençoado, podendo viver como vivo – e não ajo como se tudo fosse garantido para sempre. Acredito nas lições que aprendi numa escola católica: que se você se dá bem, maior a sua responsabilidade por quem não tenha a mesma sorte. “Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.” Meio metido a comunista, eu sei, mas a ideia é que a família humana existe para partilhar com justiça as riquezas da terra, para que os filhos de Deus passem por essa vida, com menos sofrimento.

Dei-me bem – para autor de documentários, dei-me super bem. Isso, também, faz pirar os conservadores. “Você está rico por causa do capitalismo!” – eles gritam. Hummm… Não. Não assistiram as aulas de Economia I? O capitalismo é um sistema, um esquema ‘pirâmide’ que explora a vasta maioria, para que uns poucos, no topo, enriqueçam cada vez mais. Fiz meu dinheiro, à moda antiga, honestamente, fabricando produtos, coisas. Nuns anos, ganho uma montanha de dinheiro, noutros anos, como o ano passado, não tenho trabalho (nada de filme, nada de livro); então, ganho muito menos. “Como é que você diz defender os pobres, se você é rico, exatamente o contrário de ser pobre?!” É o mesmo argumento de quem diz que, “Você nunca fez sexo com outro homem! Como pode ser a favor do casamento entre dois homens?!”

Penso como pensava aquele Congresso só de homens que votou a favor do voto para as mulheres, ou como os muitos brancos que foram às ruas, marchar com Martin Luther Ling, Jr. (E lá vêm a Direitona, aos gritos, ao longo da história: “Hei! Você não é negro! Você nem foi linchado! Por que está a favor dos negros?!”). Essa desconexão impede que os Republicanos entendam por que alguém dá o próprio tempo ou o próprio dinheiro, para ajudar quem tenha menos sorte. É coisa que o cérebro da Direitona não consegue processar. “Kanye West ganha milhões! O que está fazendo lá, em Occupy Wall Street?!”. Exatamente – lá está, exigindo que aumentem os impostos cobrados dele mesmo. Isso, para a Direitona, é definição de loucura. Todo o resto do mundo somos muito gratos que gente como ele se tenha levantado, ainda que – e sobretudo porque – é gente que se levantou contra seus pessoais interesses financeiros. É precisamente a atitude que a Bíblia que aqueles conservadores tanto exaltam por aí exige de todos os ricos.

Naquele dia distante, em novembro de 1989, quando vendi meu primeiro filme, um grande amigo meu disse o seguinte: “Eles cometeram erro muito grave, ao entregar tanto dinheiro a um sujeito como você. Essa grana fará de você homem perigosíssimo. É prova do acerto do velho dito popular: ‘Capitalista é o sujeito que vende a você a corda para enforcar ele mesmo, se achar que, na venda, ele pode ganhar algum.”

Atenciosamente,

Michael Moore

domingo, 23 de outubro de 2011

A MARCHA DOS INTERNAUTAS BRASILEIROS CONTRA A CORRUPÇÃO






A nossa mídia patronal, por justa causa própria, tem omitido informações, para retirar o foco da opinião pública brasileira das manifestações globais em repúdio ao caos econômico, social e ambiental, provocado pela usura ilimitada do sistema capitalista e exigindo o fim do terrorismo financeiro dos banqueiros privados, sediados em Wall Street, donos do Banco Central norte americano, enganosamente chamado de Federal Reserve.

Dando exagerada importância às inocentes marchas dos internautas brasileiros contra a corrupção no Brasil, o que a nossa mídia patronal divulga, a respeito do que se passa pelo mundo, cheia de cuidados e sem o merecido destaque, é uma tal de “revolta popular contra a crise mundial”.

Acontece que os grandes banqueiros sediados em Wall Street são os credores da dívida pública global e os maiores corruptos e corruptores do planeta.

Para manter seu alto padrão de riqueza e poder, os mega agiotas de Wall Street matam, destituem, financiam e compram governantes, compram igualmente o voto dos legisladores, que, majoritariamente, são representantes exclusivos do seu próprio bolso e não dos interesses de seus eleitores.

Mandando sempre em governa e legisla, a máfia do sistema financeiro internacional submete todos os governos ao pagamento prioritário de suas dívidas públicas, à custa do salário, da aposentadoria, do patrimônio, do sofrimento e das aspirações das populações mundiais.

Um justíssimo calote reparador, mesmo uma moratória unilateral dessa dívida, ou a perda do poder político dos banqueiros, ou ambos, de preferência, significam a derrocada desses terroristas do capital. Minoria que é defendida e blindada pela mídia patronal internacional e por todos os demais beneficiários de suas propinas e da impunidade. A derrocada desses terroristas vai proporcionar uma vida digna a todos os cidadãos do mundo.

É precisamente isso que as pessoas mobilizadas no mundo inteiro estão querendo com a sua marcha. E é isso que a nossa imprensa patronal tem ocultado.

Aqui no Brasil, os nossos internautas, em marcha, expressam a sua indignação com a corrupção de políticos, de burocratas, de magistrados e de empresários. Trata-se de justa indignação, porém essa revolta, pacífica e inconsequente, contra a arraia miúda a serviço dos grandes banqueiros, é tudo que a imprensa patronal brasileira adora.   

Nosso problema é de representação. A maioria dos eleitores não tem quem a represente no executivo, no legislativo, nem no judiciário. A bandeira desse movimento brasileiro contra a corrupção deve ser a de uma reforma política já.

Mas não essa palhaçada de reforma que os corruptos estão discutindo no governo e no Congresso e vão empurrando com a barriga.

A reforma política deve ser feita para retirar todo poder dos partidos políticos, para acabar com essa autonomia dos parlamentares de representar o seu próprio bolso e para garantir o poder político ao cidadão eleitor.

O voto tem que ser livre, universal, secreto e distrital. Nós avançamos muito no nosso sistema de apuração de voto, o que já é meio caminho andado para a reforma que estamos propondo.

Basta que a urna eletrônica imprima o voto do eleitor, o eleitor guarde seu voto impresso, e a justiça eleitoral fique responsável pelo sigilo do voto.

Em caso de qualquer representante distrital quebrar o compromisso assumido com os seus eleitores, ou for flagrado em práticas ilegais, os eleitores pedem a quebra de seu próprio sigilo eleitoral e mediante expressa solicitação, com base no seu voto revelado, destituem o corrupto e nomeiam, no mesmo pedido, outro representante. Seja lá o que for esse indigno titular de mandato popular: prefeito, vereador, deputado, governador, presidente, ou senador,

Logo em seguida, que se convoque a Assembléia Nacional Constituinte e pela primeira vez na história nos livraremos de uma vez da corrupção e teremos leis e um país construído pela vontade da maioria. E a maioria não é feita de banqueiros e patrões.

Portanto internautas brasileiros em marcha: comecem a repensar os dizeres de sua indignação, escritos em suas faixas e em seus cartazes. Escrevam neles REFORMA POLÍTICA JÁ.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

CARTA IMPUBLICÁVEL À REVISTA ÉPOCA



  
Os Estados Unidos precisam de trabalho, não de barulho. Será isso mesmo, senhor editor?

Assino Época para conhecer os argumentos da imprensa patronal sobre os temas em pauta.

É interessante o juízo que a sua revista faz de nós, seus leitores, certamente com base em alguma pesquisa. Interessante porque é o mesmo juízo que fazemos de vocês, com base na qualidade do trabalho jornalístico que vocês nos oferecem.

Superficialidades de ambos os lados à parte, com relação à notinha da página 11, edição de 10 de outubro de 2011, uma notinha, quase um silêncio, em função da importância, tamanho crescente e da relevância do fato, sobre a marcha de protesto do povo da mais importante cidade capitalista do mundo contra o terrorismo do capital.

É fácil entender o que é o terrorismo do capital pelas palavras dos próprios terroristas e pelas palavras e ações de suas vítimas mais importantes.

Um dos maiores terroristas, entre todos os grandes banqueiros judeus, Mayer Amschel (Bauer) Rothschild, declarou o seguinte: Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis.

Trata-se de uma declaração cínica, mas absolutamente pertinente e verdadeira. Aliás, sem dar a mínima importância a quem governa, ou a quem redige as leis, os banqueiros judeus vêm fazendo isso impunemente, espoliando povos e nações no mundo inteiro, desde a idade média.

Sobre esse mesmo assunto, em 1881, o presidente norte americano James Garfield teve a ousadia de dizer num congresso de banqueiros que: Todo aquele que controla o volume de dinheiro de qualquer país é o senhor absoluto de toda indústria e comércio. Quando percebemos que a totalidade do sistema é facilmente controlada por um punhado de gente poderosa no topo, não precisamos que nos expliquem como se originam os períodos de inflação e depressão.

O presidente Garfield pagou com a vida pela ousadia de falar a verdade num ninho de cobras terroristas. Seis dias após proferi-las, James Garfield foi assassinado.

Foi nos anos sessenta, precisamente em novembro de 1963, que o processo de aniquilamento do estado e da autodeterminação dos povos ganhou impulso.


Nesse mês, os banqueiros judeus donos do Banco Central norte americano, conhecido como FED, uma instituição financeira privada denominada enganosamente de Federal Reserve, resolveram assumir, de fato e definitivamente, o governo da maior potencia econômica e militar da terra, anulando a soberania política do povo ianque e bloqueando qualquer iniciativa posterior de retomada do poder político pelos políticos.


Os banqueiros judeus tomaram de assalto o poder político nos Estados Unidos por duas razões principais: a primeira, foi para continuarem emitindo o dólar e continuarem controlando a sua circulação nos Estados Unidos e no mundo; a segunda razão, era para garantir a continuação das guerras imperialistas. Pois são as guerras e o controle da moeda de circulação global os principais ramos de seus negócios e as maiores fontes de seus lucros,


Esse golpe de estado dos banqueiros foi dado com muita competência, porque, desde então, haverá sempre um politico de fachada “governando” o país democrático de fachada e os banqueiros sempre mandando em quem governa.


Foi no instante em que o presidente John Kennedy anunciou planos e medidas jurídicas eficazes para sair da guerra do Vietnam e para acabar com o absurdo privilégio de uma instituição privada de banqueiros emitir e controlar o fluxo da moeda nacional no mercado, cobrando juros do governo federal, que ele assinou a sua sentença de morte, porque, naquele momento, Kennedy passou a ser um poderoso obstáculo à ganância sem limite dos principais terroristas do capital: os Rothschild; o Warburgbank of Hamburg; o Lehman Brothers; o Kuhn Loeb Bank; James Stillman; Jacob Schiff e outros mafiosos donos e controladores não só do Banco Central norte americano, o Federal Reserve, mas de todos os demais bancos centrais dos países capitalistas.


E esse instante aconteceu no dia 30 de junho de 1963. Nesse dia histórico, John Kennedy assinou e publicou a Ordem Executiva nº 11.110, transferindo para o Departamento do Tesouro os poderes de emitir o dólar, sem onerar o governo, e de controlar os bancos privados, estabelecendo o volume de moeda em circulação no mercado. Essa simples providência reduziria substancial e gradativamente a dívida pública dos Estados Unidos. Com essa lei, Kennedy retira dos banqueiros judeus terroristas e devolve ao governo federal o controle da economia americana e mundial.  
              

Uma grande quantidade de notas de 5 dólares foi emitida e posta em circulação pelo Departamento do Tesouro, lastreadas em prata.


Infalivelmente, como se deu nas vezes anteriores, em que outros presidentes e parlamentares norte americanos tentaram acabar com o Federal Reserve, quase cinco meses depois da promulgação da Ordem Executiva nº 11.110, no dia 22 de novembro de 1963, o presidente John Kennedy foi assassinado e logo depois o seu irmão Robert Kennedy e nada foi apurado sobre esse golpe de estado eficaz contra o povo dos Estados Unidos da América do Norte.


Apesar do Decreto nº 11.110 continuar em vigor, poucos dias após a cerimônia de sepultamento do presidente assassinado, as notas do Departamento do Tesouro foram retiradas de circulação e o Federal Reserve voltou a emitir o dólar sem lastro e a cobrar juros do governo federal, aumentando a dívida do país com os banqueiros privados. Dívida interna crescente, incontrolável, que é prioritariamente paga pelo governo com o resultado do confisco do patrimônio, da renda, do emprego, dos direitos trabalhistas e da aposentadoria digna dos cidadãos.


Em razão da degradação moral e da submissão das forças armadas e das elites de países periféricos, como o Brasil, Chile, Argentina, Peru, Bolívia e Paraguai, essas republiquetas latino-americanas foram as primeiras vítimas da nova política de estado dos banqueiros judeus nos Estados Unidos, que usaram o dinheiro, o serviço secreto e o aparato militar norte americano para derrubar governantes eleitos pelo voto popular, livre, direto e universal, manipulando as forças armadas desses países, para torturar e assassinar os heróis insurgentes, impondo o fim de qualquer compromisso social, econômico e cultural dos estados nacionais com as populações de seus países.


Devido ao sucesso dessa política nas republiquetas latino-americanas, ela foi estendida aos países mais desenvolvidos.


Em novembro de 1989, ocorreram dois fatos cruciais para a humanidade: a queda do muro de Berlim, simbolizando o fim da oposição armada e organizada do terrorismo soviético ao terrorismo do capital e o outro fato é que, no Consenso de Washington, os que mandam em quem governa ditaram as atuais regras globais do neoliberalismo econômico, para a expansão do terrorismo do capital, na Europa e no resto do mundo.


Como nos anos sessenta, os atuais protestos populares vão muito além de uma cidade, de um país, de um continente e se espalham pelo mundo. Os Estados Unidos, a Europa, a África e o Oriente Médio estão mergulhados em revoltas populares pela paz, pela liberdade, e contra o terrorismo do capital.

Mas não adianta essa marcha popular de agora sobre Wall Street  ficar fazendo barulho, como diz a sua revista, levantando cartazes e bandeiras, berrando e cantando palavras de ordem e frases de efeito, se o povo norte americano consciente, em marcha, mobilizado, não exigir do governo a imediata aplicação da Ordem Executiva nº 11.110, do dia 22 de novembro de 1963.


É preciso acabar imediatamente com o terrorismo dos banqueiros do FED, para evitar que o mundo continue caminhando para um trágico fim.


Assistindo hoje a revolta popular contra o capitalismo, no mundo inteiro, meio século após os anos sessenta, compreendemos que a tensão e a efervescência daquela década ainda não passaram. O terrorismo capitalista dos banqueiros cresceu e a reação dos oprimidos também. 


É imenso o tamanho dos anos sessenta! Uma década de sonhos e desilusões que parece que nunca vai acabar.


Enquanto isso, vocês enxergam apenas que os Estados Unidos precisam de trabalho e não de barulho. Essa frase feita deve ter dado trabalho e muito barulho.


PS. Como se trata de uma carta impublicável pela imprensa patronal, ela será publicada no blog    www.midialibre-lalado.blogspot.com