domingo, 25 de novembro de 2012

E rolou uma festa pobre.



Depois de muito tempo, voltamos ao estádio Manoel Barradas, para assistir ao jogo do Vitória contra o Ceará.

Mas não suportamos ver o jogo inteiro. Quando o Ceará - covarde, desmotivado, apático, incompetente - empatou a partida, jogando com 10 homens contra 11, ainda mais covardes, desmotivados, apáticos e incompetentes, deixamos o Barradão.

Não ficamos para a festa. Uma festa pobre como a festa da música de Cazuza. Uma festa de covardes e de incompetentes, aparentemente motivados apenas por vaidade, dinheiro fácil, cerveja e outras cositas mas, feita para uma numerosa platéia de torcedores sofridos e fiéis.

Entendemos que um time de futebol é como uma poça d’água, uma lagoa ou um oceano de águas lisas, que refletem a cara, as qualidades e a gestão de seus dirigentes. E o que vimos, refletido na superfície lisa dessa gotinha d’água que é o time do Vitória, foi apenas ambição pessoal, vaidade, usura, imprudência, incompetência, que caracterizam uma gestão ingênua, amadora e desastrosa.

Graças a um milagre de Paulo César Carpegiani, alcançamos o imerecido acesso à série A do campeonato brasileiro de futebol.

Saímos do Barradão com um pensamento só, que logo se externou no grito de um torcedor indignado:

- Fora Alex Portela!   


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A respeito da farsa política

A farsa política no Brasil sempre foi representada por canastrões gananciosos e preguiçosos, preferencialmente da classe mais abastada e seus vassalos, para ver quem vai ficar com a chave do grande cofre estatal e governar o país para o seu próprio bem, para o bem da moeda, do mercado e do capital.


No palco da política brasileira, esporadicamente aparecem em cena idealistas quase quixotescos com o sonho de governar por melhores condições de vida, por uma moralmente saudável distribuição de renda e por igualdade social. A honesta e louvável intenção desses aventureiros românticos tem apenas três caminhos históricos: os realmente honestos, capazes e decididos são massacrados pelo sistema (Tiradentes, Brizola, Jango, Anísio Teixeira, Lamarca e Marighela); os fracos são cooptados (FHC e Serra) e os espertos, sejam eles fracos (FHC e Serra), ou valentes (Zé Dirceu e Genoíno), enriquecem e esquecem as suas promessas ou seus escritos, tão logo se vêm com a chave do grande cofre na mão.

O sistema capitalista está tão arraigado na cultura política brasileira, ao ponto de aqui existir um só partido político neoliberal, com duas grandes facções: a facção que está no poder da chave do cofre e a outra que quer tomar o poder e ficar com a chave do cofre.

Essa é a nossa realidade política, desde o momento em que o europeu invadiu e saqueou pela primeira vez essa nossa terra roubada dos índios.

Como os ricos brasileiros são absolutamente incapazes de inventar, inovar, repartir, governar e produzir - a não ser grãos, vacas, galinhas e bananas - essa realidade elitista durou e prosperou até o dia em que um trabalhador nordestino, esperto, analfabeto e mutilado, a partir de uma perspectiva não elitista, nem arrogante, nem prepotente, mas bem populista, desenhou um plano eficiente de governar para o capital. Seu plano de cuidar da moeda, de fortalecer o mercado e de proteger o capital, que consiste em dar esmolas permanentes e duradouras aos necessitados, em vez de esmaga-los com arrocho salarial, está dando certo.

Com esse plano bem simples, o nordestino sabido tirou milhares de brasileiros da miséria, tirou o sono e o sonho de poder a médio prazo da facção elitista do partido único, seduziu o mercado, encantou os banqueiros, aqueceu a economia, fortalecendo o mercado interno a tal ponto, que essa ilusória solidez da economia tem livrado o país dos efeitos mais dramáticos da nova grande crise global do sistema neoliberal.

Quanto ao fato desse Ali Babá nordestino da gota e seu time de mais de 40 companheiros ladrões terem também assaltado o grande cofre estatal do país, todos sabemos que no Brasil, e em todo país capitalista, ou onde exista a livre iniciativa privada, como na China comunista, a maracutaia e toda forma nojenta desse crime hediondo de roubar o dinheiro público torna-se a mais sólida, poderosa e duradoura instituição nacional.