terça-feira, 23 de setembro de 2014

Quem tem medo da verdade?





Com o propósito de revelar aos nossos leitores quais dentre os candidatos com chances de vencer as eleições tem o propósito de governar de fato o Brasil e está preparado para essa difícil e arriscada missão, há mais de 60 dias para Marina Silva e há mais de 20 dias para Aécio Neves, Dilma Rousseff e Luciana Genro, fizemos as mesmas perguntas.

É bom lembrar que os dois presidentes eleitos pelo voto popular que assumiram esse propósito, estavam preparados e desafiaram os interesses da plutocracia brasileira, foram depostos e em seguida morreram misteriosamente.

Marina Silva e Aécio Neves, que demonstram claramente representar os interesses da tradicional plutocracia elitista, não responderam, nem deram satisfação, como era de se esperar. Dilma Rousseff, que demonstra abertamente representar a nova plutocracia populista, aperfeiçoada por Lula, respondeu que está muito atarefada com a dupla função de presidente e candidata e que o blog Midia Libre não foi incluído entre os veículos de comunicação selecionados para entrevistas e debates. Também como era de se esperar.

Luciana Genro, a única candidata aparentemente sem chances de se eleger, que encarou a verdade e respondeu as perguntas.

Com essa atitude, a candidata demonstra que tem mesmo o propósito de governar de verdade e se mostra bem informada e preparada para essa arriscada missão.


Também nos parece que Luciana Genro não tem medo da verdade. E quem tem medo de Luciana Genro? Por quê? É a plutocracia e não ela quem se exibe e é horrenda, cruel e assustadora.

MIDIA LIBRE ENTREVISTA LUCIANA GENRO






Recentemente, a mídia patronal deu discreto destaque à declaração de Eduardo Campos de que o mensalão do segundo mandato para FHC e o mensalão do PT são farinhas do mesmo saco. Por outro lado, as pessoas instruídas, bem informadas e bem intencionadas – que nos parece ser o perfil dos seus eleitores – receberam com otimismo a recusa de Eduardo Campos ao apoio da bancada ruralista, tropa de choque das forças conservadoras do colonialismo no congresso nacional, responsáveis por manter o Brasil oprimido pela mesma política econômica dos tempos da invasão européia em 1500, política econômica de país pobre, exportador de produtos primários e importador de produtos industrializados de alto valor agregado. Política econômica de país “espoliado”, como diziam Miguel Arraes e Leonel Brizola, ambos esmagados pelo colonialismo. Por mais relevante que seja, essa também se tornou uma questão periférica.

A questão central, que deve dominar o debate político, se o debate for honesto e se houver mesmo vontade de mudança, é a de que o Brasil é ingovernável por falta de dinheiro para investimentos principalmente em segurança, saúde pública, educação, infra estrutura rodo – hidro – ferroviária, portuária e aeroportuária. Apesar de uma carga tributária gigante e injusta para os assalariados e da imensa arrecadação, a falta de dinheiro decorre da parceria espúria que existe entre os antigos e os atuais governantes com o sistema financeiro internacional. Essa associação bandida, blindada pelos meios patronais de comunicação de massa, foi ampliada por FHC e sua turma, coordenada por Pedro Malan, Armínio Fraga e Murilo Portugal. Todos eles movidos por descomunal impulso de lesa pátria para encher o bolso. Essa gang de carreiristas políticos ressuscitou uma imensa dívida pública prescrita, para dividir entre banqueiros e políticos governantes o dinheiro desviado do tesouro nacional. Com esse arranjo de FHC e seus aliados, o Brasil paga diariamente aos banqueiros internacionais mais de dois bilhões e meio de reais de juros indevidos, como provam a farta documentação apresentada pelo Senador Severo Gomes no Relatório Preliminar da CPI da Dívida Externa e a auditoria da dívida pública brasileira, coordenada por Maria Lucia Fattorelli. Esse crime de estelionato contra um país e um povo indefesos, foi agravado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que impôs o superávit primário das contas públicas, para priorizar o pagamento de juros indevidos e amortização de dívida prescrita, sobre qualquer investimento social, por mais urgente e emergencial que seja. Diante desse assalto trilionário aos cofres públicos, os mensalões do PSDB e coligados e recentemente do PT e coligados ficam parecendo um simples suprimento da cesta básica de bolsa propina para os escalões inferiores dos três poderes da república e para um “cala a boca” da ralé dos empresários trambiqueiros.

1)     Queremos saber qual é a sua atitude diante dessa questão central que é a dívida pública, fato gerador da ingovernabilidade do país e de nossa trágica situação social e política.
Encaramos a dívida pública como uma verdadeira Bolsa Banqueiro. É um mecanismo institucional absolutamente ilegítimo. Consome mais de 40% do Orçamento da União e beneficia somente as 5 mil famílias mais ricas do país. Nossa primeira medida será realizar a auditoria da dívida, a exemplo do realizado no Equador, inclusive com a participação da Auditoria Cidadã do Brasil, e que anulou 70% do total da dívida lá.  Assim saberemos a composição da dívida e sua legalidade. Acredito que será possível diminuí-la significativamente, pois boa parte da dívida atual decorre da obscura e questionável dívida da ditadura (ou seja, um governo ilegítimo), com cláusulas ilegais e sem documentação. Há vários outros elementos que podem e devem ser questionados pela auditoria: 
- Utilização de juros flutuantes, ilegais segundo o Direito Internacional;
- Aplicação de juros sobre juros (“anatocismo”, vedado pela Súmula 121 do STF);
- Pagamento antecipado de parcelas da dívida externa com ágio de até 70%;
- Realização, pelo Banco Central, de reuniões trimestrais com representantes de bancos e outros rentistas, para estimar variáveis como juros e inflação, que depois são utilizadas pelo COPOM para a definição das taxas de juros (ou seja, é “colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”);
- Ausência de contratos e documentos;
- Ausência de conciliação de cifras;




2)   A senhora pretende devolver ao Brasil a sua soberania política e diplomática, ou vamos continuar sendo anões políticos e diplomáticos, brincando de política e de diplomacia, dentro dos limites definidos por Wall Street, que nos obriga a negar asilo a Edward Snowden e a usar eufemismos ao nos referir ao holocausto de palestinos na faixa de Gaza?

O Brasil deve construir uma verdadeira integração latino-americana dos povos e não somente dos mercados, como se fez de maneira muito insuficiente no Mercosul. Precisamos ainda expressar internacionalmente uma nova diplomacia solidária e ativa aos povos do mundo, com ações efetivas contra os abusos cometidos, como o massacre de Israel na Palestina. Devemos ser parte da política mundial, numa perspectiva antibélica. O Brasil não deve enviar tropas e armas, mas, sim, assistência humanitária aos povos conflagrados do mundo. Devemos ainda desaprovar rupturas institucionais, como nos golpes de Estado em Honduras e no Paraguai. Defendo a concessão de asilo a Snowden e a ruptura comercial e diplomática com países que cometem crimes contra os direitos humanos, como o Estado de Israel cometeu na Faixa de Gaza.



3)   Qual o seu compromisso em realizar as Reformas sociais de base, principalmente a reforma agrária e a reforma política? A história ensina que a tentativa real de realização dessas reformas saneadoras já derrubou dois presidentes eleitos, Getúlio Vargas e João Goulart

A reforma agrária e a reforma política estão entre as nossas prioridades. E vamos nos apoiar na pressão popular para conseguir aprová-las. Os políticos têm dificuldades no Congresso porque enviam propostas que não são de interesse da população, por isso não têm apoio popular. Como os governos querem aprovar medidas contrárias aos interesses do povo, precisam recorrer a esse balcão de negócios no Congresso, como foi o mensalão e com o Fernando Henrique comprando votos para reeleição. Como governarei para o povo, terei o apoio popular. E faz muita diferença quando há pressão popular, seja como nas manifestações de junho, seja simplesmente enchendo as galerias do Congresso. Diante das forças reacionárias que querem manter o Brasil no atraso social que vivemos até hoje, só nos resta o debate político e o convencimento da maioria do povo da necessidade de realizá-las.


4)   O que lhe parece a agricultura plurifamiliar, baseada na propriedade coletiva das terras desapropriadas para a reforma agrária, agricultura desenvolvida e mantida sem desmatamento, sem veneno e sem fertilizantes químicos, para produzir bens agroindustriais orgânicos, de alto valor agregado e demanda reprimida nos mercados internos e internacionais.

Me parece o modelo ideal. Esse é o nosso objetivo, fomentar a pequena e a média agricultura, que são as que realmente produzem alimentos para as cidades. Acredito, inclusive, que a realização da reforma agrária pode ajudar a controlar a inflação. Não precisamos controlar a inflação com altas taxas de juros. Podemos fazer isso aumentado a produção de alimentos, produzindo alimentos mais saudáveis e mais fartos para alimentar a população das cidades. Isso quem faz é o pequeno e o médio agricultor e não o grande latifundiário, o grande empresário do agribusiness. Por isso, vamos mudar esse modelo, valorizar e incentivar a pequena e a média agricultura e colocar em prática a reforma agrária. 



domingo, 21 de setembro de 2014

A prova do crime

Candidatos à presidência no debate do SBT


 País imobilizado por uma dívida pública crescente, cujo montante hoje supera a metade do valor de tudo que é capaz de produzir e, ano após ano, obrigado por força de lei entreguista a destinar quase tudo que arrecada de impostos ao pagamento de juros e amortização dessa dívida, mesmo assim, a cada eleição para presidente da república o que se vê é um bando de gente acenando para o povo, querendo governar o Brasil.

É fácil entender tanta ambição para governar um país paralisado e quase morto pelo sistema financeiro internacional. O Brasil é uma plutocracia e plutocracia quer dizer governo dos ricos, pelos ricos e para os ricos. Para governar, a plutocracia usa delinquentes que rapidamente se tornam gordos políticos, mamando nas tetas do governo, e eles estão sempre lá, no governo, como moscas no açúcar, ou disputando o poder, como abutres na carniça.

E eleição após eleição, a história se repete e essa verdade fica escancarada no debate eleitoral, conduzido pelos meios patronais de comunicação de massa.

Só se fala e só se pode falar nas questões periféricas de corrupção, de saúde, de educação, de emprego, de transporte público, de segurança, de impostos, de infra-instrutora, num país sem um tostão sequer para investir na solução de seus problemas sociais. Do mais grave assunto, a questão central que deve prevalecer no debate, se o debate for honesto, a questão da falência do Brasil, abatido por sua dívida pública, não se pode falar. E não abordando esse assunto, todos os candidatos demonstram estar visando o bolso do sistema financeiro internacional e que estão mesmo é querendo mamar o pouco do que ainda resta nas tetas saturadas do governo do Brasil.

Como a maior parte da dívida pública brasileira é uma farsa, montada por governantes elitistas traidores da pátria, aquele candidato ou candidata que se eleger e continuar pagando o que não devemos, também vai receber um bônus do sistema financeiro, uma gorda propina de pelo menos metade dos 3 bilhões de reais diários, que são desviados do Tesouro Nacional para os grandes banqueiros internacionais.

Então, resolvemos aproveitar este ano eleitoral para provar esse fato aos nossos leitores, perguntando a Dilma Rousseff, a Aécio Neves, a Marina Silva e a Luciana Genro como eles farão para cumprir as promessas de campanha, nesse país levado à bancarrota por uma dívida pública forjada?

Como todos fugiram dessa questão e nenhum deles respondeu, fica evidente que todos eles continuam traindo e enganando os eleitores, discutindo e prometendo o que não vão poder fazer por falta de dinheiro.

Ah! Com a suspensão do pagamento dos juros e das amortizações da nossa dívida pública fictícia, para discuti-la nos tribunais internacionais, como fez apenas o Equador, o Brasil resolve todas as suas mais urgentes questões sociais, em menos de 2 anos.

Mas, numa plutocracia neoliberal como a nossa, quem vai querer resolver os nossos gravíssimos problemas sociais, em prejuízo da sua ambição pessoal por acumular dinheiro, bens materiais e riqueza?