segunda-feira, 5 de julho de 2010

A BURGUESADA DA COPA



Um elegante diretor da Rede Globo, durante um suntuoso jantar, acertou com o elegante presidente da CBF, o aristocrático Ricardo “Havelange” Teixeira, uma entrevista exclusiva com o nada elegante Dunga e mais um naipe de jogadores elegantes. Essa foi a grande burguesada da copa.

E lá se foram para a concentração brasileira a elegante Fátima “Bonner” Bernardes, o aprendiz de elegante “Pablo” Escobar e uma parafernália de jornalistas, produtores, microfones, antenas, fios, cabos, cenários, refletores, patrocinadores, técnicos, supervisores, encarregados e alguns operários locais de pegar no pesado, socadinhos em diversas vans, automóveis, caminhões, carretas e uma moderna e avantajada unidade móvel de transmissão via satélite: uma verdadeira procissão de veículos e devotos.

Toda essa salada de gente e equipamento foi barrada na porta da concentração por um simples segurança de elásticas dimensões, mas apenas munido de um aparelho rádio transmissor, usado para se comunicar com Dunga, pois na relação de eventos previstos para aquele dia não constava a tal de entrevista exclusiva.

O mal humorado Dunga fez questão de resolver a questão pessoalmente, deslocou-se até a portaria e disse simplesmente um seco e sonoro NÃO!

- Na minha gestão não existe entrevista exclusiva. Só entrevista coletiva, completou.

- Mas essa entrevista foi previamente acertada para hoje, neste horário, pelo gentil Ricardo, a pedido de um elegante diretor da Rede Globo, ponderou a senhora Fátima.

- Pois então peça para que o gentil presidente da CBF venha aqui autorizar a entrevista exclusiva, para eu entregar o meu cargo, na mesma hora, retrucou o antipático Dunga.

Claro que mais nenhum gentil homem apareceu em cena, ficando o dito por não dito, e os assalariados da Rede Globo, com todas as suas tralhas, deram meia volta, volver.





VIVA DUNGA !


Desde a invasão estrangeira, a partir do ano de 1500, governar o Brasil significa criar, conservar e ampliar privilégios.

Por essa razão, Dunga é hoje o único herói popular brasileiro, dentro e fora da copa mundial de futebol de 2010.

Não importa ele ter sido apenas um jogador mediano; não importa ele ser um treinador inexperiente; não importa ele ter convocado apenas jogadores medianos, despreparados, e apenas dois craques de futebol: um, sem condições físicas e sem ritmo de jogo e o outro tolhido por esquemas montados para jogadores medíocres.

Nem importa ele ter deixado fora da seleção veteranos, aptos e consagrados, e promissores craques como foi Pelé em 1958.

Sabemos que uma copa do mundo, de qualquer esporte, se ganha dentro e fora de campo. Dentro de campo, nós vimos o que aconteceu. Fora de campo perdura o corruptor, corrompido e impune feudo do velho imperador João Havelange, há muitas décadas governado pelo seu sucessor Ricardo “Havelange” Teixeira, responsável pela contratação de Dunga como técnico da seleção e o grande vilão atual do esporte brasileiro.

Esse famigerado feudo de Havelange é blindado por milionários contratos, contas bancárias e compromissos secretos, que compram a justiça e políticos mensaleiros e ainda compram votos em eleições de fachada.

Por todas essas razões, o grande herói dessa copa do mundo de 2010 é Dunga, que, no desempenho de suas funções, teve a atitude valente e honrada de desafiar o seu superior hierárquico, o dirigente máximo da entidade, contrariando suas ordens de manter privilégios e regalias para um importante segmento da imprensa patronal, campeão de audiência e de maracutaias políticas, financeiras e tributárias.

Parabéns, Dunga! Cidadão honrado e valente, o grande herói de todas as copas. Exemplo raro para o povo brasileiro.

E por falar em maracutaias e privilégios, a Rede Globo já devolveu ao patrimônio público o terreno grilado na cidade de São Paulo? E o Bispo Macedo já explicou a isenção fiscal na captação ilegal de poupança popular, através de igreja universal de fachada, para financiar seus investimentos pessoais na Rede Record e outras empresas, em nome de seus “laranjas”?

E por falar em laranjas, parabéns também, seleção Holandesa!