segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Contextualizando os protestos: o genocídio por trás do petróleo.





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Um notável exemplo de manipulação dos fatos e da informação pela mídia patronal golpista – que domina a ciência de transformar mentiras, boatos, denúncias infundadas, na mais pronta e definitiva verdade, para formar a opinião pública - acontece simultaneamente no Brasil e na Venezuela.


Um trabalho bem concatenado dos meios patronais de comunicação de massa, resultando num surto de histeria popular coletiva, plena de ódio de classe, indignação e intolerância, pipocando nos países alvos do imperialismo norte americano, exatamente como aconteceu, sem sucesso, na Venezuela, em 2002; em Honduras, com sucesso, em 2003; no Paraguai, com sucesso, em 2012, no golpe parlamentar de estado, que depôs o presidente eleito pelo voto popular e, em 2014, sem sucesso, na Bolívia.


Neste contexto está o atual delirante surto popular brasileiro - contra o governo, contra o ex-presidente, contra a presidente, contra os corruptos e contra a corrupção – ocorrendo, ironicamente, enquanto o governo empreende operações bem sucedidas de combate à corrupção, atingindo os maiores empresários da construção civil no país; dirigentes, ex dirigentes e funcionários de estatais; políticos e pessoas ligadas ao partido no governo, muitos deles indiciados, julgados e condenados sem mais delongas. Fato inédito na História do Brasil.


Desde a chegada dos invasores portugueses, a História do Brasil registra que o país é governado por oligarquias entreguistas, servindo aos interesses do imperialismo estrangeiro. Oligarquias insaciáveis que se alimentam e incham com a corrupção, a exploração e a mentira.


Como sabemos, o apogeu do ataque do capital privado estrangeiro às riquezas do Brasil deu-se recentemente, no governo oligárquico elitista de Fernando Henrique Cardoso, que fez um acordo espúrio com os banqueiros de Wall Street, ressuscitando uma bilionária dívida pública, prescrita, e entregando ao capital privado as maiores, melhores, mais rentáveis e estratégicas empresas estatais do país, à preço de banana.


Isto tudo sem que um só grito, uma só voz de protesto, repercutisse na mídia patronal ou no coração revoltado da classe média. Eram os tempos áureos da impunidade e do engavetamento das denúncias de corrupção.


Apostando na continuidade de seu reinado, os elitistas anunciaram, para o governo seguinte, as privatizações da Petrobrás, da exploração do petróleo brasileiro, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, como exige o imperialismo norte americano


Por  sua vez e também apostando na continuidade do estilo neoliberal de governar, os eleitoralmente vitoriosos governos do PT mantiveram, na essência, a mesma política dos governos anteriores, mas ousaram inovar, introduzindo mudanças na forma de governar, que despertaram a ira do imperialismo norte americano.


As novidades foram alguns impulsos de soberania e não alinhamento automático aos interesses de Washington; o combate à corrupção e à impunidade dos ricos; sólidos investimentos no ensino público e na assistência médica; o fim do arrocho salarial e drástica redução do desemprego, o que excluiu o Brasil do Mapa da Fome Mundial, monitorado pela FAO, e retirou mais de quarenta milhões de brasileiros da miséria, expandindo o mercado interno do Brasil.


Mas a pior novidade de todas, aos olhos raivosos da águia do imperialismo, foi a não privatização do Pré Sal e da Petrobrás. 


Por que?


Antes de mais nada, porque os Estados Unidos são os maiores consumidores de petróleo do mundo e obrigados a importar 60% do petróleo que precisam.


E por que esse ódio imperialista norte americano contra os governos soberanos da América Latina, especialmente o governo popular bolivariano da Venezuela e o timidamente soberano neoliberalismo populista do Brasil?


Por causa do petróleo!


Sozinha, a Venezuela tem as maiores reservas petrolíferas do mundo e somadas as do Pré Sal e as da Bacia de Campos do Brasil, as reservas de petróleo desses dois países ficam imensas.


Mas Brasil e Venezuela tem muito mais em comum. Tem meia dúzia de ricos usurários e governos plutocratas.


Têm a classe média de grandes assalariados e autônomos remediados; tem a classe média de médios assalariados e autônomos endividados e tem a classe média dos baixos assalariados e pequenos autônomos, comendo o pão que o diabo amassou, para ostentar pose e aparência de rico.


E todos esses classe média andam de carona na plutocracia, vivendo na ânsia de ficar ricos e acumular fortuna, como os ricos plutocratas.


A maioria das pessoas ricas, das remediadas, das endividadas e das freguesas da padaria do diabo, são autenticas crias do individualismo competitivo do capitalismo colonial, pessoas errantes, sem pátria, competitivas, não solidárias, sem amor ao próximo, com o coração programado e configurado para só amar e desejar o que vem do estrangeiro, a viver para tudo que tem e vem de lá; de lá do primeiro mundo imperial dos ricos de verdade. E é uma paixão tamanha pelos bens e valores importados, que os predispõe a ser espiões dedicados ao imperialismo, traindo o país onde nasceram.


Na Venezuela, o chamado de Pacto do Ponto Fixo, em 1958, uniu as oligarquias filiadas ao partido Ação Democrática e ao COPEI, Comitê de Organização Política Eleitoral Independente, num acordo de governo elitista, que durou 40 anos.


Nesse período, o povo venezuelano ficou completamente sem voz e sem vez no governo e as oligarquias governaram visando os seus interesses e os interesses imperialistas dos Estados Unidos, para quem entregavam petróleo a preços inferiores ao de mercado.


Esse período de extrema repressão e pobreza vivido pelo povo venezuelano, culminou com a revolta popular de 1998 chamada Caracazo. O governo reprimiu o Caracazo, ordenando que as forças armadas atirassem contra os manifestantes, assassinando mais de 3 mil pessoas em menos de 1 semana.


Um dos militares que se recusou a atirar contra o povo, Hugo Chaves, liderou uma revolta popular, intentando um fracassado golpe de estado, mas logo em seguida venceu as eleições presidenciais de 1998, introduzindo no país um governo democrático, de maioria verdadeiramente popular.


Pela primeira vez na história venezuelana, o povo se viu representado no governo e numa Assembléia Constituinte, que consolidou a primeira Democracia Participativa da Venezuela, revolucionando o país.


A pobreza foi reduzida dos 54,2% em 1998, para 23,99% em 2012. A mortalidade infantil diminuiu, nesse mesmo período, em mais de 50% e o analfabetismo foi erradicado.


Com mais de 21% do orçamento público destinado à saúde e à educação, o povo passou a ter assistência médica digna e o número de alunos matriculados nas universidades cresceu de 800 mil, para mais de dois milhões e seiscentos mil.


Vendo seu poder na Venezuela ser reduzido a mais nada e a sua hegemonia na região seriamente ameaçada, os Estados Unidos tentaram várias vezes derrubar o governo socialista bolivariano da Venezuela. Sempre empregando as mesmas fórmulas: ou através de golpe militar, corrompendo as forças armadas, ou através de golpe civil, usando a influência das oligarquias, juntamente com a manipulação midiática, no país e no exterior, para mobilizar as classes médias em manifestações de rua.


Em 2002, tentaram sem sucesso um golpe militar. Em 2003 tentaram o golpe através de Guerra Econômica, com as elites boicotando a economia, para provocar o desabastecimento, novamente sem sucesso, porque o povo venezuelano reconhece e defende o seu governo!


Depois de tanto fracasso, está em curso agora uma nova tentativa de golpe, desta vez na nova fórmula chamada de Golpe Suave, através do recrudescimento da guerra econômica, provocando a escassez de produtos básicos, mediante o boicote da indústria e do comércio privados e o contrabando para  a Colômbia de produtos subsidiados pelo governo popular bolivariano. E em cima disto tudo, a manipulação midiática, que transforma pessoas em robôs rebeldes, sem causa e sem noção, usados como massa de manobra, em agitações de rua.



No Brasil, o imperialismo norte americano corrompeu as forças armadas brasileiras, vendendo o fantasma do comunismo, para impor a ditadura militar de 1964, que uniu as oligarquias filiadas à UDN e PSD, num acordo de governo elitista, que durou mais 40 anos de sofrimento, de censura, de arrôcho salarial, de desemprego e de tortura para o povo brasileiro.


Nesse período, o povo ficou completamente sem voz e sem vez no governo e as oligarquias governaram tranquilamente, visando os seus interesses particulares e os interesses imperialistas norte americanos, para quem entregavam as nossas riquezas e as nossas melhores estatais à preços de banana.


Esse período de extrema repressão e pobreza vividos pelo povo brasileiro, culminou com a eleição do Partido dos Trabalhadores, em 2002, graças às promessas de campanha de um governo socialista, voltado prioritariamente para os interesses do povo.


Promessa logo quebrada nos primeiros dias de governo, quando o presidente Lula passou a seguir a cartilha neoliberal dos governos anteriores, reduzindo e extinguindo direitos de trabalhadores e de aposentados, visando unicamente os interesses da minoria rica, dos especuladores e dos banqueiros nacionais e internacionais. E continuou pagando a parte fraudada da dívida pública, sem auditá-la, contrariando o que determina a Constituição em vigor.


Todavia, muito esperto, Lula deu conotação populista ao seu governo elitista, oferecendo esmolas aos pobres e miseráveis do país, na forma de programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos.


Também o governo Lula aliviou o arrocho salarial, passando a corrigir anualmente o salário mínimo acima da inflação, aumentando o seu poder de compra, promovendo uma política arrojada de criação de novos postos de trabalho com carteira assinada, reduzindo drásticamente o desemprego de mais de 18% para menos de 6% da população economicamente ativa.


Essas providências foram suficientes para retirar da miséria mais de 40 milhões de brasileiros; expandir o mercado consumidor; impulsionar a economia interna e excluir o Brasil do Mapa Mundial da Fome, monitorado pela FAO.


Mas os governos do PT foram mais além com Dilma Rousseff na presidência da república.


Com Dilma na presidência da república, o combate à corrupção e à impunidade dos ricos recrudesceu, a ponto de mandar para a prisão os maiores empresários da construção civil. Igualmente, a possibilidade de privatização do Pré Sal e da Petrobrás foi definitivamente afastada, com a promulgação de leis de proteção ao patrimônio público e de investimentos vigorosos na estatal do petróleo e no Pré Sal.


Pela primeira vez na História do Brasil, um partido político no governo federal combate a impunidade e a corrupção dos ricos, principalmente no âmbito do seu próprio partido governante.



Vendo seu poder e influência no Brasil ser reduzido drasticamente e a sua hegemonia na região seriamente ameaçada, os Estados Unidos tentam derrubar o governo neoliberal populista do PT, utilizando os seus meios habituais, contando com o apoio das oligarquias entreguistas, simultaneamente com a manipulação midiática, dentro e fora do país, para mobilizar a classe média em manifestações de rua, respaldando um golpe de estado parlamentar, como fez no Paraguai do presidente Fernando Lugo, também eleito pelo voto popular.


Trata-se apenas de mais uma tentativa de golpe do imperialismo norte americano contra o Brasil, muito parecida com o Golpe Suave, que está sendo aplicado na Venezuela.


Ambos os países sangram com o recrudescimento da guerra econômica; com o aumento de preço de produtos básicos; com o boicote da indústria e do comércio privados, reduzindo investimentos e fechando de postos de trabalho e com a recorrente manipulação midiática, que transforma pessoas em robôs rebeldes, sem causa e sem noção, usados em agitações de rua e nas redes sociais.


E por que esse imenso ódio ianque, precisamente contra os governos do Brasil e da Venezuela?



É sempre pelo mesmo motivo estratégico: o petróleo!


Como sabemos, as maiores reservas de petróleo do mundo estão localizadas na Venezuela e no Pré Sal brasileiro.


Os Estados Unidos são os maiores consumidores de petróleo do mundo e são obrigados a importar 60% do petróleo que consomem.


Atualmente, os Estados Unidos compram da Arábia Saudita, do Catar e dos Emirados Árabes Unidos a maior parte do petróleo que necessitam. Petróleo que fica caríssimo, porque ele fica muito distante dos Estados Unidos. Mas é usando esses parceiros submissos no Oriente Médio, que os Estados Unidos tentam controlar e controlam todo o petróleo da região.


Com esse intuito, brigam com o Iran; invadiram o Iraque, depondo e assassinando Sadam Hussein, provocando a destruição do país, com o assassinato de centenas de milhares de civis; fomentam e participam da guerra civil na Síria, para depor o presidente soberano, confirmado no poder pelo voto popular, político  não alinhado, Bashar Afez al Assad, provocando a morte de centenas de milhares de civis; promoveram o recente golpe de estado na Líbia; usam interesses comuns com o Estado terrorista de Israel, para realizar o genocídio na Palestina e financiam agitações populares em toda região.


O petróleo que os Estados Unidos compram e saqueiam do Oriente Médio, vem através do Estreito de Ormuz, contornam o sul da África e seguem pelo Oceano Atlântico até o Texas. Uma viagem que dura entre 40 e 45 dias, tornando o valor do frete insuportavelmente caro e o transporte demorado.


Enquanto que a viagem da Venezuela ao Texas dura apenas 4 ou 5 dias e do Brasil ao Texas entre 9 e 11 dias.


É esta a importância da Venezuela e do Brasil na geopolítica estratégica e vital dos Estados Unidos.  


É isto que está por trás de toda truculência com que o governo norte americano ataca os governos democráticos populares da Venezuela e do Brasil, como invade e destrói nações, assassinando centenas de milhares de homens, mulheres e crianças, no Oriente Médio.  


Esta é a verdade nua. O resto é mentira da mídia patronal golpista, que defende os interesses imperialistas; mentira que faz a cabeça e é repetida histericamente por centenas de milhares de robôs.




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