domingo, 27 de outubro de 2013

Três poeminhas sobre amar, nadar e navegar



1.      Flor lilás



No dia em que voltei a nadar
O velho pé de sucupira floriu
Pela primeira vez suas flores lilases.

Brilhavam intensamente
Como se me dissessem
Até que enfim, heim Lalado?
E respondi
Até que enfim, Sucupira.



2.    Tecno branca


 
De telefones móveis
Entendo muito pouco
Menos ainda sei usá-los
Configurá-los, então, nem pensar.

Sei que existem os telefones inteligentes,
Sinal que também existem os idiotas.

Pessoas me parecem inteligentes,
Usando telefones idiotas
E me parecem idiotas,
Navegando como robôs
Os telefones inteligentes.





3.    Igarapé azul






   Luzimar


Hoje o mar estava tão calmo
Como um igarapé no meio da floresta.
pintado de céu por um raio de sol

Nadei mar afora milhas de prazer.
Saí do mar fazendo xixi e na areia fiz Tai Chi

Então Luzimar se aproximou
Com estrelas brilhando no olhar
E me propôs namorar.

Ai,  Ai, Ai – Luzimar,  Ai, Ai, Ai
Eu tenho idade de ser seu pai

Colé, meu rei, você não se garante?
Ou você não me quer?
Não se acha capaz de me fazer feliz,
de me fazer sentir em seus braços
o que é ser mulher?

Se você, Luzimar, não é bipolar
mantém o bom humor de quem se ama
e sabe gozar sem precisar fingir,
posso fazer você feliz, muito feliz
Ainda mais do que você possa imaginar.

Mas alguma coisa me diz, Luzimar,
Que você não tem essas qualidades,
Essenciais para um grande amor
E para quem quer amar de verdade.

Além do mais, tudo mais me diz
Que você vive e navega no planeta face
E eu sou do planeta toque.
Você é valsa e eu sou rock.

Gente desses planetas
Se misturam, mas não se combinam,
Não dão liga. Nem um pouco

Agora me diga, aliás, diga não, Luzimar
Você é toda linda, seu shape me deixa louco
E muitas estrelas brilham em seu olhar.

Mas, Ai,  Ai, Ai – Luzimar,  Ai, Ai, Ai
Eu tenho idade de ser seu pai

E pare de me tentar, Luzimar.






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