sexta-feira, 27 de abril de 2012

Igualdade social. Utopia ou realidade?




O país inteiro acompanha solidário pela TV a luta do filho de um cantor famoso para sobreviver de mais um trágico acidente rodoviário. É uma luta titânica, mas é assistida por médicos, paramédicos, uma equipe imensa, dedicada e eficiente ao máximo, que conta com a mais avançada tecnologia de diagnóstico, tratamento e logística.

Cada um de nós torce à sua maneira para que o rapaz sobreviva sem sequelas, enquanto sentimos confiança e temos orgulho da capacidade da medicina brasileira e do transporte de enfermos de alto risco em lidar com ocorrências de tamanha gravidade.

É reconfortante acompanhar o cuidado dedicado ao acidentado, nos hospitais, no transporte e translado, de Goiânia até o mais avançado hospital do país, localizado em São Paulo.

É impressionante ver a qualidade e a precisão de toda logística e a eficiência dos batedores da polícia no acompanhamento da ambulância do aeroporto ao hospital, como é reconfortante ver a imprensa assídua e dedicada em nos informar a situação do jovem em tempo real.

Mas nos vem uma pergunta: qual seria o tratamento dado pela nação brasileira a um cidadão comum, vítima de acidente semelhante?

A resposta não sabemos, porque a imprensa não divulga. Não sabemos quanto tempo uma vítima anônima ficaria estendida no asfalto à espera de socorro médico, nem para que tipo de hospital seria levada, nem se haveria neurologistas de plantão no hospital e vaga na UTI, ou se o desconhecido acidentado ficaria esquecido numa maca na enfermaria superlotada, ou nos corredores do hospital.

Mas nós, assíduos telespectadores e leitores apaixonados pelas revistas Veja da vida, precisamos saber que em Cuba, na Suécia, na Dinamarca, na Noruega e na Finlândia, países socialistas, que tributam sem regalias e com justiça social os seus cidadãos, o Estado socorre os acidentados, todos eles da mesma maneira eficiente e avançada como estamos vendo aqui no nosso país, sejam eles membros da aristocracia, da classe abastada, ou do proletariado.

Não nos ensinaram, não conhecemos, nem compreendemos o que seja, mas isso que existe em Cuba, na Suécia, na Dinamarca, na Noruega e na Finlândia e em todos os países socialistas, chama-se igualdade social e igualdade social não é utopia!

Enquanto tudo isso acontece, eu continuo a minha procissão solitária de idoso selvagem, acompanhado apenas pela música sublime de Stravinsky, sem acreditar em Deus, sem religião, mas com muita fé na vida!

Nenhum comentário:

Postar um comentário