Incompetente
para o bem, a elite brasileira tem uma
compreensão muito precária dos fatos, carência essa que é fruto da
educação e da cultura mambembe que instituíram no pais, desde a invasão
européia em 1500.
Temos
visto e lido um verdadeiro festival de enganos, cometidos pelos governantes, pelos
acadêmicos e por todos que se arvoram a interpretar os fatos para a mídia
patronal, sejam eles fatos do presente ou do passado. Se vivo fosse, Stanislaw
Ponte Preta teria muita matéria para continuar fazendo sucesso com o Febeapá (festival de besteiras que assola o pais) e enredo para mais um samba seu nas paradas de sucesso, dessa vez o Samba dos doidos de colarinho branco.
A
maioria ordeira, de uma minoria que esta pintando o rosto e desfilando pelas
ruas, tem casas - na cidade, na praia e no campo - com piscinas, hidromassagem
e churrasqueira, tem mesada, lep tops, tablets, iphones, tem um carro que papai
deu, e ainda dá um rolé no caro importado dele. Claro que eles não lutam por
muitas coisas, porque estão de barriga cheia e o sistema neo liberal tem sido
muito generoso com eles e esse bom sistema não precisa mudar muito, carecendo apenas de alguns
ajustes pontuais.
Um pouquinho menos de
corrupção ali, discreta melhoria nos serviços públicos aqui e uma reforminha
política de araque, que mantenha o político e seus partidos como donos
absolutos do mandato popular, para enriquecer rapidamente os mensaleiros da
pátria amada, que vendem impunemente o seu voto parlamentar. Reformas que preservem
a caixa preta do judiciário, para quem ganha dinheiro ilicitamente e precisa
comprar sentenças, protelar processos, para não cumprir pena, na pátria amada
da impunidade.
Recentemente,
uma minoria ordeira de bons militares verde amarelos, cordeirinhos adestrados dos
banqueiros do sistema liberal, derrubou um vice presidente, eleito pelo voto
livre e democrático, e depois, com a renuncia do presidente, foi impedido pelos
canhões golpistas de assumir o governo, virando um presidente do tipo rainha da
Inglaterra, que só foi investido no seu mandato de presidente da republica, apos nova consulta
popular, através do plebiscito, que derrubou um sistema parlamentarista,
instituído as pressas, para novamente ser derrubado por novo golpe militar,
desta vez com tanques nas ruas e a marinha norte americana em águas
territoriais brasileiras.
Enquanto
isso, os pais e avós dos manifestantes de hoje assistiam a tudo de braços
cruzados e com medo de sair de casa. Porém, uma minoria de Vândalos foi à luta
para defender a democracia e a soberania brasileira e devolver ao pais o estado
democrático de direito. Torturados e assassinados, os Vândalos dos golpistas entraram
para a historia como valentes heróis da legalidade.
Antes
da ditadura militar, havia segurança e uma certa estabilidade, principalmente
no emprego. Portanto, de acordo com a cultura patriarcal, o homem era o
provedor da família e a mãe educava e cuidava dos filhos e do lar.
Com a
morte dos Vândalos terroristas, a ditadura não teve oposição para esfacelar a
família brasileira, dando ao patrão capitalista o bônus da demissão de seus
empregados sem justa causa, em nome do progresso neo liberal e de melhores dias
para o povo, levando ao desespero milhares de chefes de família, trabalhadores
eficientes, que perderam o seu trabalho, para dar emprego a novos contratados
nas mesmas funções, com salários vis.
Com
isso, as mães abandonaram o lar, seus filhos maiores saíram da escola e foram
para as ruas procurar uma vaga no mercado de trabalho, deixando filhos e irmãos
menores entregues à própria sorte. Deu no que deu. O progresso social e
melhores dias vieram apenas para os ricos, com mais corrupção, tráfico de
influência e de outras drogas. Para o povo, só mais sofrimento, violência, insegurança, filhos no tráfico e muita bala perdida.
Como
Marighella, Lamarca e outros Vândalos, os Vândalos de hoje sabem que a usura e
o apego dos ricos ao luxo e a fartura, impossibilita que conquistemos o pais
que sonhamos, dentro de qualquer sistema capitalista. A repressão policial agride a população para
proteger a corrupção, o patrimônio e os privilégios da minoria.
Como
Marighella, Lamarca e outros Vândalos martirizados, os vândalos de hoje sabem que a elite vampira,
conservadora, não vai largar o osso de seus privilégios e mordomias
republicanas, apenas com passeatas festivas e população ordeira. A Historia das
Civilizações confirma esse fato.
Os Vândalos
de hoje sabem que a única solução para o drama centenário que esmaga o povo
brasileiro é a revolução socialista, pois somente um novo estado social pode garantir ao povo bem
estar, justiça e igualdade de direitos. Desigualdade, corrupção, miséria, fome
e outras violências contra os pobres são próprias do liberalismo capitalista.
Com a
igualdade e justiça social, os mais talentosos, preparados e capazes de inventar,
de criar e de produzir bens e serviços, terão
o direito de explorá-los por sua iniciativa e obter lucro compatível,
contribuindo com seus impostos para ampliar os recursos do estado, garantidor do pleno
emprego, do salário digno e de isenção fiscal aos trabalhadores e moradia e dignidade
para todos os brasileiros.
Nos
países socialistas consolidados, como Cuba, Suécia, Finlândia e Dinamarca,
criança alguma dorme nas ruas. Todos tem moradia, ensino de qualidade,
assistência médica de excelência, transporte público eficiente e trabalho
para toda a população economicamente
ativa.
Velho, podre e covarde, o sistema odeia, agride, prende e tortura os Vândalos, porque eles
representam o novo, a mudança, e ainda são minoria. Como um velho pedófilo
decrépito, o sistema afaga e tapeia os manifestantes cordeiros, perdão,
ordeiros, porque eles são ingênuos, úteis, repudiam os Vândalos e, por
enquanto, são maioria.
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21:51 (7 horas atrás)
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foto linda! parece uma pintura de bosch!
Horas depois, recebo de Erica as lúcidas e globais palavras de meu guru Eduardo Galeano:
"Me parece justa esta explosión de los indignados en Brasil. Y mucho se parece, por su vocación de justicia, a otras manifestaciones que en estos últimos años están conmoviendo a muchos países en muchos lugares del mundo.
El pueblo brasileño, el más futbolero de todos, se niega a seguir aceptando que el fútbol se utilice como coartada para humillar a muchos y enriquecer a pocos. Esta fiesta, fiesta de las piernas que la juegan y los ojos que la miran, es mucho más que el gran negocio de los señores que la dirigen desde Suiza. El más popular de los deportes quiere servir al pueblo que lo practica. La violencia de la policía no podrá apagar ese fuego."
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