Esculturas de Eliana Kertész
Macacos não possuem a
linguagem articulada, nem o polegar oponível aos
outros dedos da mão, mas são muito mais instruídos, educados e civilizados do
que os seus parentes humanoides urbanos, os chamados pré-macacos.
Macacos não sujam de
urina e cocô o caminho por onde andam, não jogam
lixo na rua, não ateiam fogo na mata, nem vandalizam corpos minerais, vegetais,
animais e culturais. Com o seu meio ambiente, macacos vivem em harmonia e paz.
Em um dos caminhos da
Casa da Aranha,
precisamente o que vai do alto do Outeiro da Gameleira, na ilha de Itaparica,
até as imundas areias da praia, não circulam os macacos. Todo desastre e
imundície ambiental é obra dos pré-macacos.
Às vezes, nesse caminho, vêm-se
formigas inadvertidas levando para o seu ninho fezes de pré-macacos, fartamente
encontradas por ali. No dia seguinte, as formigas bombeiras passam o dia
ocupadas em retirar todo esse veneno orgânico do formigueiro, para livrar o seu
mundo de uma hecatombe colossal, causada pelos gases letais desse asqueroso
produto animal.
Mas, acima de tudo, macacos em liberdade
estão livres do desastre da primeira grande guerra realmente mundial, que já
dura mais de 100 anos.
É uma guerra sem
trégua do
sistema capitalista contra toda a humanidade, que extermina centenas e centenas
de milhões de pessoas e de pré-macacos, deixando mutilada e deformada
praticamente toda a população sobrevivente do planeta.
Há mais de 100 anos, a indústria
química, a indústria farmacêutica e a indústria de alimentos e bebidas apontam
dois tubos bélicos na direção da humanidade. Por um desses tubos elas sugam o
sangue, o suor e a vitalidade das pessoas, deixados no dinheiro, que elas
transformam em lucro crescente.
Pelo outro tubo, essas indústrias
injetam hormônios e outras drogas tóxicas sintéticas, líquidos e alimentos
nocivos, envenenam os mananciais, inflam a humanidade como se enche uma bola de
soprar, fazendo desaparecer as cinturas, dilatando as barrigas, os peitos, as
bundas, modelando gente no formato das bonecas de Eliana Kertész,
levando
ao colapso o sistema imunológico dos seres humanos e dos outros animais
domésticos. E todo esse lixo tóxico não eliminado pelo organismo fica
encasulado nas células do corpo, provocando a sua degeneração.
O resultado é o
aumento desesperador de mortes prematuras provocadas pelo
câncer, por outras doenças degenerativas e por doenças auto-imunes. Enquanto
não morrem, as pessoas mutiladas, atingidas por essa guerra, arrastam-se obesas
e deformadas pelos caminhos dos campos e das cidades.
Sócios dessa guerra, seja com a ingestão
gulosa de propinas, ou com as verbas de veiculação de publicidade, volume
publicitário que corresponde a mais de 75% de toda propaganda veiculada no
mundo inteiro, os políticos capitalistas governantes e a livre imprensa
capitalista são livres também para ocultar, omitir e destorcer as informações
passadas para as pessoas.
Vemos, por exemplo, na grande imprensa
patronal, vários e vários artigos tratando da epidemia de obesidade como se ela
fosse uma questão meramente genética. Caso isso fosse verdade, os seres humanos
descenderiam de apenas dois grandes troncos genéticos globais: os vegetarianos
comedores de maçãs, descendentes da escultural Eva e do apolíneo Adão e os
carnívoros rechonchudos, filhos de Mamãe e de Papai Noel, casal que curte
alucinadamente Coca Cola Zero casadinha com um apetitoso Big Mac com batatas
fritas.
Governos não alertam a população das
causas desse perigo e a imprensa patronal nada publica, ainda que seja para
contestar a gravíssima denúncia feita por Randall Fitzgerald em seu livro 100 anos de mentira, banido das
livrarias.
O mais terrível é que até os 90 anos
de idade todas as pessoas usuárias de drogas farmacológicas, de bebidas e de
alimentos industrializados e expostas à devastação tóxica do agro negócio terão
algum tipo de câncer e morrerão dessa doença. Dr. Osvaldo e Roberto sabem
disso.
Agora, todos vós entre os
mais crédulos estarão tentados a nos dizer: “Ouvis estrelas alarmistas
conspiratórias anticapitalistas”. E nós com a nossa
autoridade de vegetarianos saudáveis, na medida certa e dentro do peso, não
usuários de drogas, distantes e protegidos contra os males provocados por essa grande
guerra mundial capitalista, vos diremos, “vivei e vigiai para entendê-las,
pois nem só quem tem olhos e ouvidos bem atentos e sarados é capaz de ver,
ouvir e de entender estrelas”.
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