Ando por calçadas arrebentadas,
como as vias bombardeadas da Palestina.
Piso em fezes, lama e urina,
como se estivesse dentro de uma latrina.
Nesse peso de andares e odores infernais,
ouço o ruído estridente de músicas horríveis e banais,
como se eu cumprisse a pena máxima de todos o tribunais.
Seguindo pelas ruas da cidade,
vejo gente imunda, maltrapilha, maltratada,
como se caminhasse por uma África escravizada.
E caminho pelas ruas de Salvador,
sem poder apreciar a sua beleza,
como se a fome, a miséria e o abandono
embotassem meus olhos de tristeza.
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