sábado, 18 de janeiro de 2014

Tiro ao alvo.


Pão e circo

o pão não nos dão
nós fazemos e não comemos
mas temos circo e o nosso circo
são vocês

o palhaço (a vossa platéia) somos nós
porque somos os eleitores de vocês.

Mas circo nós não somos
o nosso circo são vocês

e nesse circo de reino ocupado
o jogo é fazer lei
o dono apita de fora, a platéia sorri e chora
o bobo da corte é o rei.

Desde a invasão européia no século 16 e depois de mais de 5 séculos de exploração do capitalismo econômico e financeiro internacionais, mais de setenta por cento da população brasileira continua dopada, chapada e mantida abaixo da linha da miséria em alimentação, instrução, informação, conhecimento, educação e saúde.

Sequestrada e aprisionada pela plutocracia e castigada com trabalhos forçados, a maioria do povo brasileiro continua na miséria, na pobreza, no medo, no desamparo e no sofrimento, enquanto a minoria patronal dilata sua pança com a usura do lucro predador da dignidade e do meio ambiente, alimentando-se do sangue, do suor e das lágrimas do trabalhador.

Mas é assim que funciona e se sustenta o terrorismo do capital, acorrentando na miséria os países colonizados, por mais ricos que eles sejam em recursos naturais.

A partir do ano 1500, último ano do século 15, e daí em diante, a política econômica imposta ao Brasil por sua malfadada e incompetente elite dirigente de rapina é a política de exportar produtos primários, à preço de banana, e importar produtos manufaturados e industrializados, pagos a peso de ouro, com o suor, o sangue e as lágrimas dos brasileiros, seja na ditadura imperial, na ditadura militar, ou na ditadura republicana.

Toda a miséria humana existe somente para que a minoria patronal lucre cada vez mais, concentrando riqueza, depredando os campos e as cidades, como degenerados gigolôs do dinheiro, da terra, do gado, das riquezas naturais e do trabalho alheio.

Também aqui no Brasil - colônia dos Estados Unidos, que por sua vez é colônia dos banqueiros judeus, donos do Federal Reserve, (o Banco Central norte americano) -  um punhadinho de vândalos nativos, feitores da Casa Grande de Wall Street, entrega e controla para os seus patrões estrangeiros, o Estado, o executivo, o legislativo, o judiciário e os meios de comunicação de massa, para manter no país a mesma política econômica implantada no século 16 e para reprimir e para chamar de “vândalos”, de “hereges” ou de “terroristas” as pessoas esclarecidas, que se insurgem contra esse terrorismo capitalista, castigando os insurgentes com prisão, tortura e assassinato, exatamente como se fazia na idade média,  ou com tudo isso e mais gás pimenta, balas de borracha, e bombas de efeito imoral, como se faz nos dias atuais.

Abúlica, letárgica, mal formada, a maioria do povo oprimido assiste sonolentamente a destruição impune dos nossos rios e florestas, o envenenamento dos nossos mananciais, a poluição do ar que respiramos, a degradação das cidades, a  devastação das terras, investindo no poder, com o seu voto cego, ou com a sua omissão conivente, políticos, burocratas, dirigentes mercenários, que vendem o seu voto parlamentar, suas sentenças e suas sanções presidenciais, para entregar o país ao sistema financeiro internacional, assegurando maioria parlamentar para essa minoria espúria, que se fortalece sugando o sangue dos trabalhadores.

Lá em cima estão versos que escrevi durante a ditadura militar, logo no comecinho daquelas décadas de triste memória, e como nada mudou, eles continuam atuais e os repito aqui em baixo dessas linhas, para lembrar aos novos insurgentes revolucionários, que o alvo de nossa revolta contra o terrorismo do capital, não deve ser inocentes nas ruas, nos ônibus, nas escolas ou nos templos religiosos, nem deve ser o patrimônio público,  mas, sim, os bancos e os banqueiros assassinos, que ordenam e financiam as guerras, as invasões e a ocupação de países soberanos com as armas e os soldados de seus países vassalos e que golpeiam os brasileiros necessitados com juros de mais de quatrocentos cinquenta por cento ao ano.

Pão e circo

o pão não nos dão
nós fazemos e não comemos
mas temos circo e o nosso circo
são vocês

o palhaço (a vossa platéia) somos nós
porque somos os eleitores de vocês.

Mas circo nós não somos
o nosso circo são vocês

e nesse circo de reino ocupado
o jogo é fazer lei
o dono apita de fora, a platéia sorri e chora
o bobo da corte é o rei.

(no livro “Amarelo de fome, verde de medo”, publicado em 1975)



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