Pão e circo
o pão não nos dão
nós fazemos e não comemos
mas temos circo e o nosso circo
são vocês
o palhaço (a vossa platéia) somos nós
porque somos os eleitores de vocês.
Mas circo nós não somos
o nosso circo são vocês
e nesse circo de reino ocupado
o jogo é fazer lei
o dono apita de fora, a platéia sorri e chora
o bobo da corte é o rei.
Desde a invasão européia no século
16 e depois de mais de 5 séculos de exploração do capitalismo econômico e
financeiro internacionais, mais de setenta por cento da população brasileira
continua dopada, chapada e mantida abaixo da linha da miséria em alimentação,
instrução, informação, conhecimento, educação e saúde.
Sequestrada e aprisionada pela
plutocracia e castigada com trabalhos forçados, a maioria do povo brasileiro
continua na miséria, na pobreza, no medo, no desamparo e no sofrimento,
enquanto a minoria patronal dilata sua pança com a usura do lucro predador da
dignidade e do meio ambiente, alimentando-se do sangue, do suor e das lágrimas
do trabalhador.
Mas é assim que funciona e se
sustenta o terrorismo do capital, acorrentando na miséria os países
colonizados, por mais ricos que eles sejam em recursos naturais.
A partir do ano 1500, último ano
do século 15, e daí em diante, a política econômica imposta ao Brasil por sua
malfadada e incompetente elite dirigente de rapina é a política de exportar
produtos primários, à preço de banana, e importar produtos manufaturados e
industrializados, pagos a peso de ouro, com o suor, o sangue e as lágrimas dos
brasileiros, seja na ditadura imperial, na ditadura militar, ou na ditadura
republicana.
Toda a miséria humana existe
somente para que a minoria patronal lucre cada vez mais, concentrando riqueza,
depredando os campos e as cidades, como degenerados gigolôs do dinheiro, da terra,
do gado, das riquezas naturais e do trabalho alheio.
Também aqui no Brasil - colônia
dos Estados Unidos, que por sua vez é colônia dos banqueiros judeus, donos do
Federal Reserve, (o Banco Central norte americano) - um punhadinho de vândalos nativos, feitores da
Casa Grande de Wall Street, entrega e controla para os seus patrões
estrangeiros, o Estado, o executivo, o legislativo, o judiciário e os meios de
comunicação de massa, para manter no país a mesma política econômica implantada
no século 16 e para reprimir e para chamar de “vândalos”, de “hereges” ou de
“terroristas” as pessoas esclarecidas, que se insurgem contra esse terrorismo
capitalista, castigando os insurgentes com prisão, tortura e assassinato,
exatamente como se fazia na idade média, ou com tudo isso e mais gás pimenta, balas de
borracha, e bombas de efeito imoral, como se faz nos dias atuais.
Abúlica, letárgica, mal formada, a
maioria do povo oprimido assiste sonolentamente a destruição impune dos nossos
rios e florestas, o envenenamento dos nossos mananciais, a poluição do ar que
respiramos, a degradação das cidades, a
devastação das terras, investindo no poder, com o seu voto cego, ou com
a sua omissão conivente, políticos, burocratas, dirigentes mercenários, que
vendem o seu voto parlamentar, suas sentenças e suas sanções presidenciais,
para entregar o país ao sistema financeiro internacional, assegurando maioria
parlamentar para essa minoria espúria, que se fortalece sugando o sangue dos
trabalhadores.
Lá em cima estão versos que
escrevi durante a ditadura militar, logo no comecinho daquelas décadas de
triste memória, e como nada mudou, eles continuam atuais e os repito aqui em
baixo dessas linhas, para lembrar aos novos insurgentes revolucionários, que o
alvo de nossa revolta contra o terrorismo do capital, não deve ser inocentes
nas ruas, nos ônibus, nas escolas ou nos templos religiosos, nem deve ser o
patrimônio público, mas, sim, os bancos
e os banqueiros assassinos, que ordenam e financiam as guerras, as invasões e a
ocupação de países soberanos com as armas e os soldados de seus países vassalos
e que golpeiam os brasileiros necessitados com juros de mais de quatrocentos
cinquenta por cento ao ano.
Pão e circo
o pão não nos dão
nós fazemos e não comemos
mas temos circo e o nosso circo
são vocês
o palhaço (a vossa platéia) somos nós
porque somos os eleitores de vocês.
Mas circo nós não somos
o nosso circo são vocês
e nesse circo de reino ocupado
o jogo é fazer lei
o dono apita de fora, a platéia sorri e chora
o bobo da corte é o rei.
(no livro “Amarelo de
fome, verde de medo”, publicado em 1975)
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