sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Delírios da gestapo brasileira






Sou judeu
Não sou banqueiro, nem semita
Não sou rico, nem pobre,
Sou ateu e socialista.

Não busco ser rico,
Não me visto como os ricos,
Nem me identifico com eles
A não ser com o amor dos ricos
Que são parentes e amigos de meus filhos
E com os meus amigos ricos,
Que são muito poucos e muito ricos.

Assim eu sendo,
Se a polícia civil ou militar
Aparecer por perto do lugar onde moro,
Cavo um buraco
E me escondo debaixo do chão,
Para não ser agredido,
Violentado, torturado, atingido,
Para não ser mais um
Anônimo cidadão desaparecido.

Em minha alma
Não quero feridas,
Nem em meu corpo quero balas certeiras
Ou balas perdidas.

Sobre as nossas cabeças
De passadas, presentes e futuras carniças,
Pairam manjados urubus caciques policiais,
Com as suas mais inocentes caras limpas neoliberais
Posando de santas madres teresas de calcutais
E juram publicamente que não sabiam
Nem das fraudes colossais,
Nem da existência de poderosos e influentes cartéis
Nas licitações de obras do metrô,
Em São Paulo, Brasília e Salvador.

Alguns poucos manifestantes de rua desconfiavam
Todos os vândalos já sabiam.
E a seletivamente
Surda e muda imprensa patronal,
Sabia ou não sabia
Desses recorrentes delírios
Do mundo neoliberal?



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