terça-feira, 4 de setembro de 2012

O verdadeiro significado de algumas ações e de algumas palavras.


O Direito é a vontade dos mais fortes. Numa nação de covardes, os mais fortes são os mais ricos. Os honestos são ridicularizados, os valentes são massacrados, os fracos e os indecisos são cooptados e os pobres são comprados por algumas moedas, talvez umas trinta delas.

Numa nação de valentes, o poder vem da força e a força vem da união da maioria, enquanto que numa nação de covardes o poder vem do dinheiro, concentrado nas mãos de uma minoria.

Política é o exercício do poder sobre o Estado, sobre a coisa pública. Numa nação de valentes, o poder político é exercido por autênticos representantes da maioria e apenas isso se chama democracia. Numa nação de covardes, o poder político é exercido por representantes da minoria rica, eleitos pelo voto comprado da maioria pobre e alienada e a isso se dá vários nomes. O nome mais usado atualmente é neoliberalismo. O nome que prefiro usar é ditadura da politicagem.

Pois bem, desde a invasão portuguesa em 1500, o Brasil vive a ditadura da politicagem, ora liderada por nobres civis oriundos de Portugal, ora por oligarcas civis sem nobreza alguma, ora liderada por militares sanguinários e obtusos, mas todos esses líderes são subordinados ao poder de quem tem o dinheiro, preferencialmente dinheiro estrangeiro. Porque é esse dinheiro de fora que compra tudo, principalmente a honra e a dignidade de civis e militares, que querem ter o bastante para viver bem, sem trabalhar.

O povo brasileiro resiste a tudo isso, esse tempo todo, porque é forte e não desiste da vida, principalmente o povo favelado e o relutante mestiço sertanejo, que, desamparados, sertanejos e favelados, enfrentam a miséria, a pobreza, o desemprego, as secas, as inundações e as promessas dos políticos, que representam os que lucram com tudo isso.

No Brasil, desde 1500, a nossa elite é uma lástima. Sempre talhada à sua vocação de ser gigolô das vacas, das galinhas, das terras e das aplicações financeiras, isentas de impostos.

Recentemente, essa elite, que entrega as terras e as indústrias brasileiras a aventureiros estrangeiros, ávidos por lucros imediatos e absurdos, loucos para eliminar a concorrência e aptos a promover a desindustrialização do país, foi surpreendida por um homem do povo, vindo lá do sertão, um torneiro mecânico, analfabeto funcional, que inventou e viabilizou o neoliberalismo populista, usando a ditadura da politicagem para se tornar um novo rico cooptado, dando um “rabo-de-arraia” nos doutores entojados da plutocracia brasileira, dilacerando o sonho de poder eterno, acalentado por esses anêmicos políticos neoliberais elitistas.

Sua aprendiz e sucessora na Presidência da República mandou escrever na propaganda de seu governo que “país rico é país sem pobreza”. Isso é verdade, mas se torna uma meia verdade, uma inteira hipocrisia, se não for encarada mais de perto, porque a ausência de pobreza é uma consequência e não uma causa da riqueza bem distribuída.

De imediato, é preciso definir o que é um país rico. De acordo com a melhor definição que conhecemos, país rico é o que domina a pesquisa, a tecnologia e os processos de produção e vende ao mercado mundial máquinas, equipamentos e produtos de alto valor agregado, essenciais ao progresso e ao desenvolvimento sócio-econômico e compra, a preço de banana, matérias primas e produtos primários, como grãos, minérios e as próprias bananas.

Desde 1500, o Brasil é um país pobre, com incalculáveis riquezas naturais, mas colonizado por suas elites para continuar pobre, através de uma política econômica que é a mesma praticada até hoje, que o obriga a fazer o oposto de um país rico, vendendo matérias primas, produtos agropecuários, minérios e bananas, tudo a preço de bananas e comprando produtos industrializados de alto valor agregado, geralmente a preços exorbitantes.

Para que isso continue assim como está e como sempre foi, o modelo neoliberal, aplicado por aqui, impõe que o povo brasileiro seja tratado como bicho abandonado, sem instrução, sem assistência médica, sem teto, sem trabalho e sem chão, encenando o seu papel de massa de manobra, de bucha de canhão, de amassar barro para os faraós, na farsa democrática de vender seu voto a políticos safados, representantes das elites.

É dessa forma que a minoria ruralista do agronegócio consegue maioria no congresso para continuar desmatando as nossas florestas, envenenando o nosso ar e os nossos mananciais, concentrando riqueza e acorrentando o país à pobreza e ao atraso.

É por isso que esses políticos safados, que estão ai na fita, jamais votarão as reformas sociais de base, para preservar e valorizar os nossos recursos naturais e o meio ambiente, mudar a política econômica e livrar o nosso povo e o nosso país do atraso e da pobreza atávicos.

Por enquanto, a única chance e a única arma democrática que temos é o voto nulo.

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