Não quis o destino que
enviássemos ao senhor Eduardo Campos as perguntas, abaixo transcritas, que dirigimos aos demais candidatos e candidatas a presidente da república, cujas
respostas ou silêncio faremos o devido registro comentado, como subsídio aos
nossos leitores.
A nossa posição crítica e
imparcial não nos dá a pretensão de oferecer, nem mesmo de apresentar a nossa
opinião, mas tão somente expor fatos comprovados, comunicando a verdade que
assusta a minoria dominante e os meios patronais de comunicação de massa. Cabe
exclusivamente a cada pessoa formar a sua própria opinião, com base na
qualidade da informação, da instrução e do conhecimento que tenha.
Eis as perguntas
dirigidas aos candidatos, cujo teor antecipamos aos nossos leitores:
Recentemente, a mídia patronal deu discreto destaque à declaração
de Eduardo Campos de que o mensalão do segundo mandato para FHC e o mensalão do
PT são farinhas do mesmo saco. Por outro lado, as pessoas instruídas, bem
informadas e bem intencionadas – que nos parece ser o perfil dos nossos
leitores – receberam com otimismo a recusa de Eduardo Campos ao apoio da
bancada ruralista, tropa de choque das forças conservadoras do colonialismo no
congresso nacional, responsáveis por manter o Brasil acorrentado à mesma política econômica
dos tempos da invasão européia em 1500, política de país exportador de produtos
primários e importador de produtos manufaturados e industrializados de alto
valor agregado. Política econômica de país pobre e “espoliado”, como diziam Miguel
Arraes e Leonel Brizola, ambos esmagados pelo colonialismo. Por mais relevante que
seja, essa também tornou-se uma questão periférica.
A questão central, que deve dominar o debate político, se o
debate for honesto e se houver mesmo vontade de mudança, é a de que o Brasil é
ingovernável por causa da simbiose espúria entre os antigos e os atuais
governantes com o sistema financeiro internacional. Essa associação bandida,
blindada pelos meios patronais de comunicação de massa, foi ampliada por FHC e sua
turma, coordenada por Pedro Malan, Armínio Fraga e Murilo Portugal. Todos eles
movidos por descomunal impulso de lesa pátria para encher o bolso. Com essa
intenção, ressuscitaram uma imensa dívida pública prescrita e continuam
dividindo com os banqueiros e seus cúmplices governantes o dinheiro desviado do
tesouro nacional. Com esse arranjo de FHC e seus aliados, o Brasil paga
diariamente aos banqueiros internacionais mais de dois bilhões e meio de reais
de juros indevidos, como provam a farta documentação apresentada pelo Senador
Severo Gomes no Relatório Preliminar da CPI da Dívida externa e a auditoria da
dívida pública brasileira, coordenada por Maria Lucia Fattorelli. Esse crime de
estelionato contra um país e um povo indefesos, foi agravado pela Lei de
Responsabilidade Fiscal, que impôs o superávit primário das contas públicas,
para priorizar o pagamento de juros indevidos e amortização de dívida
prescrita, sobre qualquer investimento social, por mais urgente e emergencial
que seja. Diante desse assalto trilionário aos cofres públicos, os mensalões do
PSDB e coligados e recentemente do PT e coligados ficam parecendo um simples
suprimento da cesta básica de bolsa propina para os escalões inferiores dos
três poderes da república e para a ralé dos empresários trambiqueiros.
1) Queremos saber a posição dos
candidatos à presidente da república diante dessa questão central que é a
dívida pública, fato gerador da nossa trágica situação social e política.
2) De que modo o senhor, ou a senhora,
pretende devolver ao Brasil a sua soberania política e diplomática, ou vamos
continuar sendo anões políticos e diplomáticos, brincando de política e de
diplomacia, dentro dos limites definidos por Wall Street, que nos obriga a
negar asilo a Edward Snowden e a usar eufemismos ao nos referir ao holocausto
de palestinos na faixa de Gaza?
3) Qual o seu compromisso em realizar as
Reformas sociais de base, principalmente a reforma agrária e a reforma
política? A história ensina que a tentativa real de realização dessas reformas saneadoras já derrubou dois presidentes eleitos, Getúlio Vargas e João Goulart
4)
O
que lhe parece a agricultura plurifamiliar, baseada na propriedade coletiva das
terras desapropriadas para a reforma agrária, desenvolvida e mantida sem
desmatamento, sem veneno e sem fertilizantes químicos, para produzir bens
agroindustriais orgânicos, de alto valor agregado e demanda reprimida nos
mercados internos e internacionais.
Infelizmente, se a mudança não vier por bem, ela virá pelas mãos redentoras dos black blocs.
ResponderExcluirBoas palavras. E que tal incluir educação obrigatória para mães e pais com filhos ou no planejamento, para que as crianças aprendam desde cedo do amor ao seu e ao mundo, e não ao consumo do mundo. Acredito que a presidência de um país, já que vamos continuar na tradição da cidade-estado, precisa se responsabilizar mais por isso. Não é tarefa só de mãe (e de pai) que continuam bastante incapacitados.
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