segunda-feira, 18 de agosto de 2014

MIDIA LIBRE ENTREVISTA CANDIDATOS





Não quis o destino que enviássemos ao senhor Eduardo Campos as perguntas, abaixo transcritas, que dirigimos aos demais candidatos e candidatas a presidente da república, cujas respostas ou silêncio faremos o devido registro comentado, como subsídio aos nossos leitores.

A nossa posição crítica e imparcial não nos dá a pretensão de oferecer, nem mesmo de apresentar a nossa opinião, mas tão somente expor fatos comprovados, comunicando a verdade que assusta a minoria dominante e os meios patronais de comunicação de massa. Cabe exclusivamente a cada pessoa formar a sua própria opinião, com base na qualidade da informação, da instrução e do conhecimento que tenha.

Eis as perguntas dirigidas aos candidatos, cujo teor antecipamos aos nossos leitores:

Recentemente, a mídia patronal deu discreto destaque à declaração de Eduardo Campos de que o mensalão do segundo mandato para FHC e o mensalão do PT são farinhas do mesmo saco. Por outro lado, as pessoas instruídas, bem informadas e bem intencionadas – que nos parece ser o perfil dos nossos leitores – receberam com otimismo a recusa de Eduardo Campos ao apoio da bancada ruralista, tropa de choque das forças conservadoras do colonialismo no congresso nacional, responsáveis por manter o Brasil acorrentado à mesma política econômica dos tempos da invasão européia em 1500, política de país exportador de produtos primários e importador de produtos manufaturados e industrializados de alto valor agregado. Política econômica de país pobre e “espoliado”, como diziam Miguel Arraes e Leonel Brizola, ambos esmagados pelo colonialismo. Por mais relevante que seja, essa também tornou-se uma questão periférica.

A questão central, que deve dominar o debate político, se o debate for honesto e se houver mesmo vontade de mudança, é a de que o Brasil é ingovernável por causa da simbiose espúria entre os antigos e os atuais governantes com o sistema financeiro internacional. Essa associação bandida, blindada pelos meios patronais de comunicação de massa, foi ampliada por FHC e sua turma, coordenada por Pedro Malan, Armínio Fraga e Murilo Portugal. Todos eles movidos por descomunal impulso de lesa pátria para encher o bolso. Com essa intenção, ressuscitaram uma imensa dívida pública prescrita e continuam dividindo com os banqueiros e seus cúmplices governantes o dinheiro desviado do tesouro nacional. Com esse arranjo de FHC e seus aliados, o Brasil paga diariamente aos banqueiros internacionais mais de dois bilhões e meio de reais de juros indevidos, como provam a farta documentação apresentada pelo Senador Severo Gomes no Relatório Preliminar da CPI da Dívida externa e a auditoria da dívida pública brasileira, coordenada por Maria Lucia Fattorelli. Esse crime de estelionato contra um país e um povo indefesos, foi agravado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que impôs o superávit primário das contas públicas, para priorizar o pagamento de juros indevidos e amortização de dívida prescrita, sobre qualquer investimento social, por mais urgente e emergencial que seja. Diante desse assalto trilionário aos cofres públicos, os mensalões do PSDB e coligados e recentemente do PT e coligados ficam parecendo um simples suprimento da cesta básica de bolsa propina para os escalões inferiores dos três poderes da república e para a ralé dos empresários trambiqueiros.

1)    Queremos saber a posição dos candidatos à presidente da república diante dessa questão central que é a dívida pública, fato gerador da nossa trágica situação social e política.

2)    De que modo o senhor, ou a senhora, pretende devolver ao Brasil a sua soberania política e diplomática, ou vamos continuar sendo anões políticos e diplomáticos, brincando de política e de diplomacia, dentro dos limites definidos por Wall Street, que nos obriga a negar asilo a Edward Snowden e a usar eufemismos ao nos referir ao holocausto de palestinos na faixa de Gaza?

3)    Qual o seu compromisso em realizar as Reformas sociais de base, principalmente a reforma agrária e a reforma política? A história ensina que a tentativa real de realização dessas reformas saneadoras já derrubou dois presidentes eleitos, Getúlio Vargas e João Goulart


4)    O que lhe parece a agricultura plurifamiliar, baseada na propriedade coletiva das terras desapropriadas para a reforma agrária, desenvolvida e mantida sem desmatamento, sem veneno e sem fertilizantes químicos, para produzir bens agroindustriais orgânicos, de alto valor agregado e demanda reprimida nos mercados internos e internacionais.

2 comentários:

  1. Infelizmente, se a mudança não vier por bem, ela virá pelas mãos redentoras dos black blocs.

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  2. Boas palavras. E que tal incluir educação obrigatória para mães e pais com filhos ou no planejamento, para que as crianças aprendam desde cedo do amor ao seu e ao mundo, e não ao consumo do mundo. Acredito que a presidência de um país, já que vamos continuar na tradição da cidade-estado, precisa se responsabilizar mais por isso. Não é tarefa só de mãe (e de pai) que continuam bastante incapacitados.

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