Em todo
regime capitalista, o aparelho repressor do estado trabalha para proteger o
patrimônio dos capitalistas e assegurar o livre exercício da usura e de lucros
crescentes dos mais ricos, os grandes patrões da economia, provocando a
concentração de renda, a miséria, a devastação do meio ambiente e, de carona,
também garantindo os privilégios de alguns capitães do mato, bem assalariados,
que se imaginam e se comportam como se ricos fossem. Para a maioria da
população, que é pobre, mal remunerada, ou desempregada, a polícia e a justiça
não trabalham, veraneiam. Da polícia e da justiça, pobre só leva chumbo,
porrada, gás pimenta e celas superlotadas.
Quando
acontece uma greve na polícia, o patrimônio dos bacanas fica desprotegido e a
galera faz a festa, roubando e saqueando o patrimônio deles, fazendo a lição de
casa do que aprendem com os granfinos, os vendo roubar e saquear impunemente o
patrimônio público. Afinal de contas, Deus é bom e é pai e este ano ele
resolveu proporcionar aos pobres da Bahia mesa farta na Semana Santa, uma gorda
sexta feira da paixão, guarda roupa turbinado com os últimos lançamentos da
coleção outono-inverno-primavera-verão e TV bem grande e bem novinha, no padrão
FIFA, para assistir à Copa.
Depois, a
ressaca dessa festança popular vem com o festival de hipocrisia, promovido pela
elite desprovida de vergonha na cara, gente que imita aquela que perdeu a
cabeça na Revolução Francesa.
“A greve
da polícia é ilegal”, eles bradam na imprensa patronal e esta famigerada
imprensa, vermelha do nosso sangue dos explorados, repercute como se fosse um novo Grito do
Ipiranga! “Corporações armadas não podem fazer greve, está lá escrito na
Constituição”. Como, aliás, lá também
está escrito que o poder emana do povo e em seu nome ele é exercido. Porém, um
pouco mais embaixo da chamada lei maior, umas leis “zinhas”, plutocraticamente
sem vergonha, são feitas e permanecem imunes à qualquer emenda, ou a qualquer
reforma, ou a qualquer tentativa de emenda, ou a qualquer tentativa de reforma,
para garantir que, dentro da lei e da ordem, o poder emane, de fato, dos mais
ricos e em seu nome ele seja exercido. Exemplo patético disso é a legislação
político-eleitoral, que assegura a maioria parlamentar para a minoria, graças
ao voto vendido dos políticos eleitos com o voto da maioria pobre.
Greve na
polícia e nas forças armadas nada mais é do que a pura e simples ressonância
dessas leis “zinhas” plutocráticas infraconstitucionais, que são feitas para
violar, dentro da lei, o que está escrito nessa coisinha à toa, que deveria ser
a nossa lei maior, a Constituição Federal.
Deus é
bom, é pai e é brasileiro. Assim sendo, os pobres da Bahia vão lembrar a Semana
Santa de 2014 como dias e noites de vinhos e rosas; como uma Semana Santa de
Rei, ainda que de um rei, filho de carpinteiro desempregado, um rei coroado de
espinhos, cuja sina é viver crucificado nesse secular calvário de pobres
chamado capitalismo.
PS.
Vereador Prisco, o líder, o mentor visível da Santa Greve.
(foto ahia Notícias)
Agora, um
pouco de nossa baianidade nagô, que significa que as coisas mais improváveis
acontecem na Bahia. O líder, o mentor visível da greve da Polícia Militar é
vereador do PSDB, partido político de extrema direita, defensor ferrenho dos
interesses dos capitalistas, partido que inventou a Lei de Responsabilidade
Fiscal, supostamente para moralizar a gestão pública, mas que tem a finalidade
de acorrentar o país ao sistema financeiro internacional e exterminar o seu
povo, ao instituir a câmara de gás do superávit primário das contas do governo,
que obriga que todo dinheiro público, após o pagamento dos servidores e das
demais despesas correntes, seja desviado de investimentos sociais e
prioritariamente destinado ao pagamento de juros e amortização de dívida junto
ao sistema financeiro global, dívida externa prescrita, ressuscitada por FHC,
Pedro Malan, Armínio Fraga e Cia., para honra e glória do sistema financeiro e
desses ex e atuais gran mensaleiros no comando do país. Tudo farinha do mesmo saco.
Confira a
verdade dessa mega negociata da dívida externa brasileira em:
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