Livre transcrição de trechos do capítulo 2 do livro “O Caminho da Casa da Aranha”
No ano de 1989, no grotesco Consenso de Washington, os predadores e controladores do mundo, algumas dúzias de ricos banqueiros famigerados e um punhado de empresários genocidas estabeleceram as regras atuais do terrorismo do capital, que vem sendo impostas à humanidade por seus agentes políticos.
Graças à excitada colaboração da mídia patronal global, o controle total do mundo pelos mega agiotas e empresários capitalistas é apenas mais um espetáculo oferecido por ela à humanidade.
Limitamos-nos a ser plateia letárgica e abúlica desse triste espetáculo capitalista para nos tornar ainda mais permissivos, manipulados e sonâmbulos, por causa da nossa incapacidade de avaliar o nosso verdadeiro papel de cachorro, nas sociedades plutocráticas.
Não por acaso, o mês de novembro de 1989 é um marco na história do capitalismo global. Nesse mês ocorreram dois fatos cruciais para a humanidade: a queda do muro de Berlin, simbolizando o fim da oposição armada e organizada ao terrorismo do capital e o outro fato é que, no Consenso de Washington, foram estabelecidas, por quem manda em quem governa as oito maiores potências atômicas, as regras atuais do terrorismo do capital, válidas para todo o planeta.
Mas o ponto de partida desse processo de aniquilamento do estado e, consequentemente, da autodeterminação dos povos, deu-se em novembro de 1963, quando os 300 maiores agiotas do mundo, os chamados “moneychangers” e os empresários controladores das indústrias bélicas e petrolíferas norte americanas assumiram, de fato, o governo da maior potencia econômica e militar da terra, com o golpe de estado que assassinou o presidente John Kennedy e logo em seguida o seu irmão e virtual sucessor na presidência da república, Robert Kennedy, acabando com a soberania política do povo ianque. Depois de John Kennedy, nenhum outro presidente do maior arsenal atômico de armas de destruição em massa teve coragem de enfrentar os mega banqueiros e grandes empresários, para libertar o governo do domínio exercido por eles e por fim às guerras imperialistas e à pilhagem do Federal Reserve (FED).
Ao anunciar medidas enérgicas e eficazes para acabar com a guerra do Vietnam e com o absurdo privilégio de uma instituição privada de banqueiros judeus de emitir e controlar o fluxo da moeda nacional, cobrando juros do governo federal, o presidente John Kennedy, entrando em rota de colisão com esses banqueiros e empresários genocidas, tornou-se um inconveniente obstáculo à ganancia sem limite dos banqueiros da famíglia Rothschild; do Warburgbank of Hamburg; do Lehman Brothers; do Kuhn Loeb Bank; de James Stillman; de Jacob Schiff e outros mafiosos conhecidos como “moneychangers” , donos e controladores não só do Banco Central norte-americano, o Federal Reserve, mas de todos os demais bancos centrais dos países capitalistas.
No dia 30 de junho de 1963, John Kennedy assinou a Ordem Executiva número 11.110, acabando com a farra do Federal Reserve e devolvendo ao Departamento do Tesouro o poder de emitir dinheiro sem cobrança de juros. Uma grande quantidade de notas de 5 dólares foi emitida e posta em circulação pelo Departamento do Tesouro, lastreadas em prata, e sem ônus financeiro para o governo.
Da mesma maneira como se deu em vezes anteriores, em que outros presidentes e parlamentares norte americanos tentaram acabar com o Federal Reserve, cinco meses depois da promulgação da Ordem Executiva 11.110, precisamente no dia 22 de novembro de 1963, o presidente John Kennedy e seu irmão Robert são assassinados e nada foi apurado sobre essa conspiração eficaz de agiotas e empresários capitalistas contra o povo dos Estados Unidos da América do Norte.
Superado o período de comoção social, poucos dias depois da cerimônia de sepultamento do presidente assassinado, apesar do Decreto 11.110 continuar em vigor, as notas do Departamento do Tesouro foram retiradas de circulação e o Federal Reserve continua emitindo o dólar, cobrando juros do governo federal, aumentando a dívida interna do país, que é prioritariamente paga pelo governo com o confisco do patrimônio, da renda, do emprego, dos direitos trabalhistas e da aposentadoria digna dos cidadãos.
Graças ao elevado grau de incompetência, de degradação moral e de submissão política e econômica das forças armadas e das classes dominantes do Brasil, do Chile, da Argentina, do Peru, da Bolívia e do Paraguai, essas republiquetas latinas foram as primeiras vítimas da nova política de estado dos “moneychangers”, que derrubou regimes democraticamente eleitos, torturou e assassinou os heróis insurgentes, para impor pela ameaça dos canhões militares o fim do anêmico compromisso social, econômico e cultural dos Estados Nacionais com as populações de seus países.
Assim, as sangrentas ditaduras latino-americanas do meado do século passado subtraíram dos trabalhadores a estabilidade no emprego, com a desculpa de que era para atrair investimento estrangeiro e gerar novos postos de trabalho.
Vieram os investimentos, atrelados a incentivos fiscais, patrimoniais, financeiros e, com esse generoso fermento, tudo cresceu nos países dominados pelos Estados Unidos: a economia desnacionalizada cresceu entre 9% e 14% ao ano; a concentração de renda aumentou em proporção ainda maior e também aumentaram vertiginosamente a dívida interna, a dívida externa, o arrocho salarial, a corrupção, a impunidade, a violência, a fome, o desemprego e a miséria.
A família dos assalariados desagregou-se com o fim da estabilidade no emprego. Agora é só insegurança e desespero diante dessa patética figura da demissão imotivada. Sem perspectivas de trabalho e sem segurança no emprego, chefes de família demitidos mergulharam na dor, e seus filhos, sem perspectivas, se entregaram às drogas.
Além da perda desse direito humano fundamental da estabilidade no emprego, os trabalhadores também foram sendo gradualmente despojados de direitos adquiridos em históricas lutas e conquistas trabalhistas, passando a sofrer o pior arrocho salarial de todos os tempos.
A população desses países periféricos também foi penalizada com a drástica redução dos gastos públicos diretos para o bem estar social e com o consequente aumento de gastos públicos para pagamento prioritário dos juros da dívida pública e de obras superfaturadas, que asseguram propinas para a fortuna e para o bem viver de políticos e burocratas, cupinchas dos agiotas internacionais e donos de muito dinheiro sujo de lama e sangue, escondido em paraísos fiscais.
Reformas tributárias impuseram rígida disciplina fiscal, para assegurar o pagamento prioritário das dívidas públicas à agiotagem internacional, entre outras ações lesivas, para injetar ânimo ao alquebrado e espúrio sistema capitalista.
Depois, sempre para privilegiar o minguante capital privado nacional e o majoritário capital estrangeiro, foram implementadas em todas as nações pobres e subdesenvolvidas as seguintes ações espoliativas: abertura comercial ao mercado esterno, com eliminação de restrições ao investimento estrangeiro direto, especialmente para facilitar e isentar de controles a remessa de lucros e royalties ao exterior; eliminação de subsídios agrícolas e quebra de barreiras alfandegárias protecionistas, mas só nos países pobres; juros e câmbio abusivos, ditados pelo mercado; corte no valor das pensões devidas aos aposentados; aumento do tempo de contribuição previdenciária e a privatização, a preço de banana, das lucrativas empresas estatais, inclusive as consideradas de segurança nacional.
Comprovado nas republiquetas latino-americanas o sucesso capitalista dessas medidas políticas extremas e a restrita e facilmente eliminada reação dos poucos insurgentes, o Consenso de Washington resolveu estende-las aos países da Europa e a nações de outros continentes, a partir de novembro de 1989.
Por fim, reunidos no Fairmont Hotel de São Francisco, na Califórnia, nos idos de 1995, os superbilionários do planeta, os verdadeiros donos do mundo, complementaram a divisão dos mercados globais entre eles, estabelecendo as suas respectivas áreas de influência. Em diversos emocionados depoimentos, ficou comprovado que, graças à mecatrônica e a outros avanços tecnológicos, 20% da população dos países desenvolvidos é capaz de produzir tudo que esses 20% necessitam.
Portanto, 80% da humanidade, a escória humana, veio ao mundo somente para viver de biscate; morrer de fome, de doença ou de bala perdida.
É isso mesmo. É precisamente essa tragédia humana que os sonâmbulos globais assistem passivamente na televisão pelo mundo afora.
A influência e o controle das grandes corporações capitalistas sobre os estados nacionais são tamanhos que, em qualquer lugar do mundo, os raros estadistas, sem vínculo de vassalagem com essas corporações, são chamados pela mídia patronal de retrógrados, de dinossauros e populistas.
Agora, para garantir um superávit primário nas contas públicas, destinado ao pagamento de juros aos agiotas, também as grandes economias europeias estão privatizando empresas estatais, demitindo em massa os funcionários públicos e confiscando a renda e os direitos humanos dos assalariados e dos aposentados.
É o preço que o pobre paga por ser incapaz de avaliar o seu papel de cachorro na sociedade dos ricos, agindo e votando em políticos de direita, de centro direita, defensores desse capitalismo selvagem, e permanecendo omisso como espectador letárgico e abúlico dessas manobras para os tornar ainda mais permissivos, manipulados, medrosos e sonâmbulos.
Depois que parlamentares, eleitos pela maioria, aprovam uma lei fascista, para aumentar a fortuna de agiotas e punir a quem a sociedade deveria reverenciar e agradecer, não adianta mais bloquear refinarias, nem sair por aí incendiando automóveis pelas ruas da cidade.
Infelizmente, todo povo ignorante, omisso e medroso tem o governo que merece.
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