As
cidadãs e os cidadãos, carinhosamente apelidados de “coxinhas”, estão
indignados com o governo do PT e ainda mais indignados estão com a duas vezes
presidente eleita Dilma Rousseff.
A
indignação é tamanha que os coxinhas fazem das manifestações de rua uma rotina obsessiva
em suas vidas de politicamente derrotados.
E lhes
sobram razões para tanta e tamanha indignação e protestos. Afinal, os coxinhas
sentem-se aparentemente mais próximos do topo do que da lama, portanto estão,
com justa razão, muito ameaçados por governos que, pela primeira vez na
História do Brasil, enfrentam e combatem a corrupção de frente e pra valer,
batendo forte nos grandes larápios do topo, os velhos impunes do passado, em
vez de ficar brincando de picula com os trombadinhas, como se estava acostumado
assistir.
Fora
isso, o que se vê é a ancestral luta pelo poder. Habituados e preservados por mais de 500 e
tantos anos de governos elitistas no Brasil, que assegurava aos pobres o seu
lugar cativo na pobreza, os coxinhas viviam saciados e satisfeitos. Aí veio
Lula e inventou o neoliberalismo populista, óbvio que de comum e fraternal
acordo com o Consenso Perpétuo de Washington.
E o
liberalismo populista é uma invenção fantástica, que deixa em polvorosa a toda poderosa
mídia patronal de comunicação de massa e os seus leitores, ouvintes e
telespectadores robôs, porque esse tal de neoliberalismo populista de Lula e
Dilma agrada tanto quem manda no país, quanto empolga a maioria que vota e faz
a festa e a farsa da democracia. Essa mesma maioria que antes do PT vivia na
lama.
O neoliberalismo
populista só não agrada os coxinhas, acostumados que estavam ao elitismo, que
confinava a maioria pobre na senzala, na favela e na lama. Coxinha detesta
conviver com a nova realidade brasileira de pobre viver quase como gente, de
favelas urbanizadas, de favelados quitando casa própria, comprando carro,
viajando de avião, com filhos em universidades, curso superior e em empregos
melhores do que os de seus filhos. Essas aberrações petistas tropicalistas.
Logo, só
lhes resta mesmo o caminho do golpe, para derrubar a presidente bi eleita pelo
voto direto universal, como fizeram com Jango Goulart, no último ano 64, de tão
triste memória; porque o caminho do golpe é o único caminho para quem jamais
chegará ou voltará ao poder pelo voto popular. Se não, era só esperar mais um
pouquinho pelo confronto arrasador entre Lula e Aécio.
Mas,
principalmente, o golpe é agora a única maneira de acabar com o combate implacável
à corrupção e garantir o retorno dos tempos históricos de corrupção livre e
impunidade seletiva no topo.
No mais,
coxinha é coxinha; nós somos nós e estamos felizes de ver tudo como está e como
nunca esteve e não pagamos o mico de sovar as nossas panelas. Mas ninguém é
melhor ou pior do que ninguém. Estamos no mesmo barco!